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martes, 21 de junio de 2016

Dicas de babywearing: como carregar no frio?

Cobertor amarrado nas alças do sling
Carregar no frio é absurdamente gostoso. Aquele calorzinho do corpo a corpo, embaixo dos agasalhos, o bafinho do bebê no nosso peito, permite uma curtição enorme de andar por ai coladinha ao nosso filhoe.

Vão ai alguns tips práticos:

-Não agasalhe demais o bebê, coloque as roupas "normais" nele e em você também, e se agasalhem juntos por cima. Assim quando entrem em um lugar quente (ou saem, no caso do Brasil, que o calor está lá na rua, no sol, e não em casa), vocês não precisam desfazer a amarração toda para tirar os agasalhos de ambos. Simplesmente tiram o casaco ou cobertor de cima dos dois, e pronto. Dica especialmente interessante quando o bebê está dormido, pois assim não o acordaremos para desvestí-lo.
Casaco largo cobrindo ambos

-Colocar as roupas básicas nele tam bém ajuda a posiocioná-lo confortavelmente. Quantas menos dobras de roupa atrapalhando, mais facil ajustar o tecido.

-Colocar menos roupa em você também ajuda a fazer um ajuste mais fino. Ajustar um wrap, mochila, mei tai ou outro sling, encima de um casaco, é bem desconfortavel e dificil.

-Mantenha sempre as extremidades do bebê, que ficam mais expostas ao frio, bem aquecidas: botinhas, aquecedores de pernas de tricô, luvas, toucas e gorros com orelhas cobertas, são bemvindos e imprescinvídeis.

Poncho
-Existem no mercado casacos de babywearing, são prendas de adultos com extensões específicas para bebês carregados, alguns deles inclusive com opção de cobrir bebês carregados nas costas. São muito práticos para lugares de inverno mais extenso. Para lugares de inverno curto, talvez sejam mais práticas opções mais caseiras (e baratas).

-Opção caseira 1: coloque o bebê no seu carregador, se agasalhe normalmente, e coloque um cobertor por cima do carregador do bebê, amarrando as pontas na parte das alças, e cobrindo bem embaixo para não entrar frio pelos pés.

-Opção caseira 2: pegue um poncho ou o casaco grande, talvez do seu companheiro, ou de um familiar mais corpulento, no qual caibam dentro você e seu filhote juntos.

Momawo (Espanha)
-Opção caseira 3: para as mais habilidosas. Se você se da bem com trabalhos manuais, pode tricotar ou costurar (tecido bem quentinho, com forro) um quadrado de tecido, com botões e casinhas, ou ziper em ambos lados, que fechem na sua propria blusa ou casaco, fazendo uma extensão do mesmo.

E você, qual é sua escolha neste inverno? Comente aqui no blog, vou adorar saber, e muitas famílias vão se beneficiar das suas dicas também!

Elena de Regoyos, para www.mamaememima.com.
Cite fonte e link original ao compartilhar.

Momawo (Espanha)




domingo, 19 de junio de 2016

Das indicações gerais a cada caso particular no babywearing


Por Elena de Regoyos, proprietaria de www.mamaememima.com e co-criadora da formação Bebê no Pano.
Por favor, cite fonte e link original para compartilhar.


Olá, sou Elena, mãe, assessora de carregar bebês e formadora de assessoras.

Acredito em algumas indicações específicas que trazem segurança ao nosso carregar. Segurança quanto a vias respiratórias do bebê, quanto a cuidados com desenvolvimento musculo esquelético dele, quanto a delicadeza emocional.

Me apoio no que estudei e estudo, trabalhos inspirados sempre nas culturas que não se desligaram de esta arte femenina milenar. Também em matérias sobre ergonomia, fisiologia, neonatologia, neurobiologia, antropologia e algumas outras “logias” que, observam essas práticas e as traduzem em ciencia. Nisso todo se baseiam tanto as duas formações de especialização em babywearing que realizei, quanto o grupo de reciclagem continua para profissionais que pago para participar todo mês e o vasto material audiovisual e escrito que temos a livre disposição na comunidade de babywearing internacional (blogs, sites, grupos de discussão, etc).

Me apoio, também, na minha própria experiência: 3 filhos carregados por anos, assessorias quase diárias a famílias desde 2010, das quais tanto sempre aprendo, e mais de 100 assessoras formadas, trazendo sempre debate e novas visões aos cursos.

Eu não estou inventando nada. 

Porém me reinvento cada dia.

Já indiquei e ensinei coisas que hoje não ensino mais. 

Já disse coisas nas quais acreditava, que não digo mais porque não acredito mais.

O que eu passo hoje, são as indicações que fazem sentido para mim (hoje).

No mundo tem diversas escolas de babywearing. Existe um grande consenso quanto as indicações genêricas. Porém achamos algumas divergências quanto a certas questões.

O que é coerente no meu ser professional é eu passar as indicações que fazem sentido para mim. Isso eu banco. O contrário seria desonesto da minha parte.

Não é obrigado que façam sentido para você também.

Não é proibido nada. Não por mim.

Bebê no Pano não é religião

“Pode / não pode” são palavras que pessoalmente ando tratando de eliminar, e assim o transmitimos também nas formações de assessoras que se formam na Bebê no Pano. Preferimos usar, e indicar que sejam usadas as fórmulas: “indico / não indico”, seguido dos porquês. Sempre.

Na Bebê no Pano não somos religião. Nem sequer somos franquia. Somos apenas escola, transmitimos saberes teóricos e práticos para quem quer embassamentos e profissionalização na área do carregar, e depois cada qual é livre. 

Nem todo o que as assessoras Bebê no Pano dizem ou fazem nos representa as outras, nem vice-versa. Cada assessora é individual, tem seu contexto, faz suas escolhas.

Não tratamos de convencer nenhuma assessora na formação, e nem elas devem tratar de convencer nenhuma família nos atendimentos. Quando nos procuram como assessoras de carregar bebês, as famílias querem ajuda, informações e experiência, mas nunca devem esperar ser convencidas de nada. E é assim como deve ser.

Se alguém faz diferente, seja em assessorias, em redes sociais ou em encontros formais ou informais, fala em nome dela, não no meu, no da Carine ou no da Bebê no Pano. Engessamento não nos representa. Absolutismo não nos representa.

Visando melhorar, sempre

No passado eu já usei o termo “errado”. Deve ter quem fale assim ainda. Que não seja no meu nome. Eu não falo mais. Já tem me acontecido com outros temas como parto natural, criação com apego, amamentação. Um dos meus maiores aprendizados profissionais, alias, na área da maternagem ao qual me dedico, é jamais usar esse tipo de termo. Empatia. Sororidade. Acolhimento.

Faz muito já que profissionalmente opto, em qualquer um destes âmbitos (e outros tantos), por “eu não aconselho”, “para mim não faz sentido”. E se não faz mesmo, explico por que, e pergunto “Como fica para você?”.

Nem tudo é preto ou branco. Pode ou não pode. Ainda menos nos atendimentos individuais, personalizados. Essa é a beleza! Tem indicações genéricas, um quadro geral do qual precisamos sim, porque quando escrevemos para o público em geral não temos como ter em conta o individualismo, e dicas gerais são procuradas, e necessárias, e elas ajudam. Nesse caso acho pertinente indicar formas que garantem, na maioria dos casos, uma melhor prática.

Individualmente as coisas são sempre, em certa medida, adaptáveis.

Assessoria real: pés para dentro ou pés para fora?


Ontem atendi uma família com um bebê muito pequenino. O colocamos com os pés dentro do wrap.

Você, lendo isto, pode estar se sentindo chocada. Eu sei. Rótulos sobre minha pessoa existem muitos nesta altura. Desconhecimento de quem eu sou realmente, como pessoa e como profissional.

Não sendo algo tão frequente (bem pouco, alias), não é a primeira vez que eu não vejo mal em colocar os pés para dentro. É o que acontece quando se atende presencialmente uma família, avaliando esse caso específico.

Cada família é única, cada atendimento é particular. Assim eu quero que seja. Minha indicação genérica é, sim, deixar os pés para fora, e tenho meus motivos: considero que assim garantimos que o peso não recaia nas articulações de pés e pernas do bebê, e sim no bumbum, sempre respeitando a posição fisiolôgica do bebê em agrupamento, nunca esticando ou abrindo as pernas. Além disso, observamos melhor a altura de ambos joelhos, garantindo portanto o bom alinhamento do eixo bacia/coluna. Outro motivo é não estimular o reflexo de marcha do bebê, ao sentir pano embaixo do pé (o que o leva a se esticar).

Esse bebê era muito pequeno mesmo, e com a posição fetal ainda muito marcada. Dava para colocar os pés dele para fora, mas para uma família sem nenhuma experiência com o wrap, estava resultando difícil fazer um bom assento entre ambas pernas, tão fechadinhas, com tantas roupas que estamos usando neste inverno frio. No caso dele, tão “encolhidinho”, deixar os pés dentro nestes primeiros dias, não supunha maior pressão nas articulações de pés e pernas, pois os pés ficavam a uma altura maior do que o bumbum, portanto o peso ainda recaia no bumbum. Por este motivo, também não tinha tecido sob os pés dele, não sendo estimulado reflexo de marcha. E tocando com atenção pudemos verificar o bom alinhamento dos joelhos. Isso foi o que melhor funcionou para eles para estes primeiros dias. Isso foi um atendimento individual. Logo irá mudar, é algo temporário.

As escolas e suas polémicas


Pés para fora ou pés para dentro?
Wrap elástico nas costas sim ou nunca?
Bebê nas costas, a partir de qual idade?
Sling de argolas com recém nascido?
Mochila e mei tai com bebês pequenos é ruim?
Pré-amarrada é recomendável?
Pode ir para o nosso lado bebê pequeno?
Bebê virado para a frente pode?
Pouch com recém nascido é perigoso?
Etc, etc, etc.

São muitos os debates. Quanto a estas e outras questões, a imensa maioria da comunidade internacional que pesquisa e trabalha com babywearing tem posicionamentos bastante homogêneos. Mas há divergências. Quem está certo? Ah amigx, você quer saber demais. Há debate entre escolas e seus seguidores. A italiana talvez seja a mais rígida. A americana costuma ser mais laxa. 

A minha, das minhas mestras, visa o individualuismo. indicações como marco geral, cada família como caso individual.

Você é único. Em caso de dúvidas, consulte um profissional, ou vários. 

Escute os argumentos, teste, sinta. 

O que faz sentido para você?

Bom carregar <3

miércoles, 11 de mayo de 2016

Carregar bebês: instinto ou têcnica?

Por Elena de Regoyos, jornalista, doula, assessora de amamentação, proprietaria de www.mamaememima.com e co-criadora da formação Bebê no Pano.
Por favor, cite fonte e link original para compartilhar.
O que é instintivo para você, o desejo, a vontade de ficar grudadinha no seu bebê, ou a maneira em como fazê-lo?

Pegar nosso bebê no colo é instintivo, porque somos mamíferas “carregadoras”, primatas, cuja cria nasce e não sabe andar atrás da gente, então a levamos no colo.

Acontece que elas não se seguram sozinhas no nosso pelo, como os outros primatas. E acontece que somos bípedes e precisamos das mãos para usar ferramentas. Dai inventamos outra ferramenta, um carregador de bebês, uma que ajuda nós, mães “carregadeiras”, a manter nossa cria grudadinha, enquanto nos locomovemos e usamos as mãos para outras coisas.

Como usar essa ferramenta, seja ela uma pele de bicho, um tecido, um cipó? Isso se chama técnica. Mais ou menos elaborada, mais ou menos vinda naturalmente, mas é técnica.

 

Quando isso começou acontecer, lá milhares de anos atrás, em todo canto do planeta onde tinha espécie humana, a consciência corporal, a propriocepção, existia intensamente. Então, o como acomodar um bebê, no formato em que ele nos mostra que precisa, no nosso corpo que está em ação e movimento, acontecia baseado no conforto, na segurança... de uma espécie animal com alto grau de consciência corporal.

Aconteceram, depois, três coisas:

1. A industrialização popularizou todo tipo de artifícios que facilitasse o afastamento de mães e bebês, para as mães poderem sair de casa, deixando as crias, e trabalhar na indústria: a cultura do carregar bebês foi se extinguindo na sociedade industrializada.

2. O capitalismo e funcionamento social que ele trouxe, a era digital também, e outros muitos fatores, fizeram com que o “bicho humano” industrializado perdesse grande parte dessa consciência corporal. Ouvir nosso corpo, confiar nele, sentir o que ele nos transmite e respeitá-lo, é incomum hoje entre nós.

3. Se perdeu a cultura do carregar, portanto as crianças começaram a crescer sem ser carregadas, sem carregar irmãos menores e sem ver as mulheres da aldeia ou entorno delas carregando outros bebês ou crianças.

Lembremos que somos animais culturais, sociais, e aprendemos por imitação. Primatas tem isso. Gorilas fêmeas que cresceram em zoológicos sem contato com outras fêmeas que criam filhotes, quando parem sua cria, não sabem se comportar. A gorila não tem instinto? Ou a gorila foi interferida na forma em que ela precisava (imitando outras fêmeas) para dar saída ao seu instinto?

Acontece com amamentação, certo? Por que hoje tem tantas consultoras e grupos de apoio a amamentação? (Graças a deus!). Mas não existe instinto? As mães mamíferas não tem mais instinto? Elas não deveriam amamentar instintivamente? 

Para que ter consultoras, livros, grupos no facebook, blogs, congressos... sobre amamentação? O instinto não basta? Entender como funciona nosso corpo de mulher para produzir leite, saber como os hormônios agem, nos rodearmos de outras mães que amamentam, vem ajudando muito as mães mamíferas de hoje que também foram interferidas, interrompidas, no instinto mamífero de amamentar. Assim como fomos interrompidas e interferidas no instinto mamífero de querer ficar grudadinhas às nossas crias.

Temos o instinto de querer ficar grudado ao nosso bebê, mas não mais a técnica de como amarrá-lo no nosso corpo, embasada na consciência corporal, e na transmissão cultural/social, de uma aldeia que carrega.

PRECISA DE TÊCNICA?

O instinto é de querer carregar perto a cria. Como fazer isso usando ferramentas (tipoias, cordas, panos, redes, peles...), chama-se técnica. Técnica surgida da intensa auto percepção corporal daqueles humanos de milhares de anos atrás, técnica mantida e transmitida culturalmente nas próprias aldeias, geração a geração, em lugares onde ainda existia essa percepção corporal.

Eu não nasci em uma aldeia onde as mulheres do meu entorno carregassem as crias.

Eu não cresci sendo carregada por minha mãe (sou oitava de 9 irmãos, me carregar em um pano poderia ter ajudado muito ela!).

Eu não tenho uma auto consciência corporal nutrida, estimulada e respeitada, desde a infância.

Eu tinha e escutei meu instinto de querer ficar grudadinha ao meu primeiro filho.

Eu não soube como fazer isso, não tinha referências.

Eu comprei um canguru, me senti desconfortável.

Eu comprei um wrap, me senti desconfortável.

Eu não sabia. Eu não tinha técnica.

Eu tinha instinto de ficar grudada nele (primeiro filho). Eu não tinha técnica.

Eu queria ter sido carregada, e queria ter vivenciado o carregar como algo natural na minha cultura. Eu queria ter sido estimulada e respeitada na propria consciência corporal. Mas eu não tive esses três fatores.

Eu precisei aprender sobre fisiologia do bebê, sobre desenvolvimento do corpinho dele, sobre tipos de panos e as caraterísticas que cada um me ofereceria na hora de carregar, sobre formatos de carregadores e pros e contras de cada um, sobre ajustes nesses panos para conseguir conforto e segurança, sobre meu próprio corpo. Eu precisei aprender.

E ai sim: eu fiquei confortável.

Eu carreguei.

Eu carrego.

Eu ensino a carregar.

Eu formo assessoras que, como eu, também ajudam outras mães a usarem esta técnica.

Estamos recuperando uma têcnica para que ela volte a ser transmitida culturalmente. E pesquisamos sobre ela, porque amamos o ato de carregar bebês.

Tenho certeza de que nossos filhos, talvez amanhã, não vão precisar aprender, porque eles foram carregados, e viram carregar. E carregaram. Com sorte os estimulamos na auto consciência corporal também.

Meus filhos carregam bonecos, e carregam a própria irmã, de forma surpreendentemente natural e fisiológica. Eu jamais “ensinei” eles com palavras ou palestras. Eles foram carregados. Eles vêm carregar. Eu sou grata a isso que lhes dou.


Sobre técnica: as pessoas no Japão comem com hashi, aqueles palitos de bambu com os que pegam a comida para levá-la a boca. Nós, ocidentais, habitualmente achamos isso um desafio, e quem consegue usar o faz daquele jeito "mais ou menos". E não é que as crianças japonesas sabem usar o hashi com facilidade?

Comer é instintivo. O Hashi é a ferramenta. Usar "os palitos" para comer requer têcnica. Querer ficar grudadinho é instintivo. O porta bebê é a ferramenta. Usar esse pano para ficar colado ao bebê requer têcnica.
Para mim, que nunca vi o hashi ser usado no meu entorno familiar e social, e que nunca o usei até a idade adulta, resulta complicado comer com eles (até me viro, vai, mas um japonês riria na minha cara, com certeza). Para a criança japonesa, é uma técnica relativamente simples, pois cresceu observando, e praticando.

Para concluir de forma mais descontraida, e como uma querida amiga me lembra: "Tem algo mais instintivo do que sexo? E não é que há dois mil anos alguém foi escrever o Kama Sutra, um manual de posições e práticas para termos orgasmos mais intensos e duradouros?". Lógico que podemos viver e desfrutar sem técnicas específicas que aumentam o prazer na cama. Não é por ai. O tema aqui é carregar bebês, e envolve outras questões.


miércoles, 20 de abril de 2016

Dicas para levar o bebê para as costas

-Treine primeiro amarrações de frente e laterais para se familiarizar com seu wrap, os ajustes e tensões e como ele se comporta.

-Certifique-se de que entende como é a posição fisiológica de cócoras do bebê, e de como fazer para garantí-la quando ele está no seu colo: coluna em C, pernas em M, quadril basculado para a frente e pano fazendo um bom assento profundo, saindo por trás dos joelhos do bebê. Tenho vários vídeos explicando isso.

-Pratique a manobra de levá-lo para as costas com ajuda de alguém que, sem interferir a priori, te transmita segurança caso você precise de ajuda.

-Pode treinar ajoelhada e/ou sobre uma superfície macia como um tapete eva ou colchonete.

-Um espelho para você poder manter contato visual com seu bebê quando está nas costas ajuda e muito, transmitindo segurança tanto a você quando ao bebê.

-Tenha certeza do bom estado do seu wrap, e escolha de preferência tecidos planos (não malhas) que dão mais firmeza, com pelo menos 60-70cm, para poder garantir um bom assento profundo (e o bebê não cair por baixo uma vez instalado.

-De preferência, espere o bebê ter, pelo menos, controle cervical (segura a cabeça sozinho).

-Em caso de dúvida, consulte uma assessora certificada.

Veja o vídeo completo em: 



Mais vídeos em www.mamaememima.com

Sobre a posição fisiolôgica:



Outros vídeos de costas:










sábado, 16 de abril de 2016

Mamadeira, pele a pele e babywearing


Por Elena de Regoyos, consultora de amamentação e babywearing, formadora Bebê no Pano e doula pós parto; para MamaÉmemima.
Gigi de 40 dias tomando mamadeira no sling

Muitas mães não conseguem ou não querem amamentar no peito, por diversos motivos, que não cabe ao resto da sociedade julgar. Em muitos casos, certamente, acontece falta de informação, de apoio e de incentivo, inclusive por parte de quem mais deveriam chegar esses aspectos: pediatras e outros profissionais da saúde, assim como os familiares e amigos mais próximos.

Por sorte, cada vez existem mais grupos de apoio presenciais e virtuais (indico o GVA – Grupo Virtual de Amamentação, no facebook), doulas pós parto e consultoras de amamentação formadas, suprindo esta carência social.

O fato é que qualquer mãe quer dar o melhor ao seu bebê. Quando uma mãe está alimentando seu bebê com mamadeira, seja pela causa que fôr, ela tem como fazê-lo da forma mais similar possível ao que seria amamentar diretamente no peito, que seria o ideal nutritiva, biológica e emocionalmente falando.

Como a psiquiatra espanhola, ativista pelos direitos dos bebês e seus pais, fundadora de Apoio Cesáreas e da Associação El Parto de Nuestro, Ibone Olza, afirma, no artigo "Dar biberón como si fiera el pecho":

“Quando um bebê mama no peito, além de leite recebe um abraço prolongado, ele é segurado nos braços muito perto do rosto da mãe, consegue ouvir o coração dela e escutar as conversas que ela tem, seja com ele ou com outros adultos. Todo esse contato pele a pele e essa interação tão próxima supõe um estímulo muito poderoso para o cérebro do bebê. Além do leite que recebe, os neurônios da pele dele são estimulados, enviando sinais ao cérebro que contribuem a liberar ainda mais ocitocina e outras substancias relaxantes. E é por isso todo que em cada mamada, os bebês sentem amor e prazer".

Temos como oferecer algo próximo disso, quando damos a mamadeira como se fosse o peito:

Amarração Amanda`s Hip Carry, para gêmeos
-Sempre pegando no colo o bebê ou criança para mamar. Mesmo que ela sozinha já consiga segurar a mamadeira. Peito, além de alimento físico, é alimento emocional, é contato, é abraço, é troca de olhares, é pele na pele, caricias, batimentos cardíacos, temperatura do corpo, cheiro de mãe. Os bebês ou crianças que, mesmo grandinhos, ainda mamam no peito, nunca perdem esse abraço, esse contato próximo,

quando mamam. Eles não podem pegar o peito da mãe e deitar no sofá para tomar o leite sozinhos com ele na mão. Precisam da mãe junto, colada a esse peito. Os bebês ou crianças de mamadeira, merecem também não perder, além do leite materno, esse contato tão rico, em cada mamada.

-Trocando de lado. Segurando o bebê a cada mamada com um braço, uma vez do lado esquerdo, e a seguinte no direito, para que ele possa olhar para a mãe cada vez de um lado, o que resulta fundamental para o desenvolvimento do cérebro dele.

Posição de amamentar, no sling de argolas
-Sob demanda. Sim, sem horários, assim como o peito. Sem deixar o bebê passando fome “porque não chegou a hora”, e nem forçando a terminar a mamadeira que preparamos, e que não queremos jogar fora. Aleitamento é sempre sob demanda, seja éste materno ou artificial. Quando o bebê pede (não precisa chorar, senão que atenderemos os primeiros sinais de fome), deve poder mamar, e quando se mostra satisfeito, não precisamos mais insistir.

Como o babywearing pode ajudar nisso?

Os porta-bebês são uma das ferramentas básicas para potencializar o contato com nosso bebê. Eles permitem carregar o bebê praticamente o dia inteiro deixando nossas mãos livres, sem limitar-nos nas outras atividades do nosso dia a dia. Esse contato é fundamental para o bebê em pleno processo de exterogestação. O contato é básico nesse momento. É alimento, tanto quanto o leite.

Afortunadamente, o fato de não amamentar o bebê no peito, não nos priva necessariamente de muitas outras formas de vínculo maravilhosas. O babywearing é uma delas.

Posição de berço, que também serve para dar mamadeira
Podemos amamentar no sling, e podemos, também, dar a mamadeira no sling, criando uma experiência nutricional, de corpo e alma, muito mais profunda.

Para dar a mamadeira no porta bebê, indico a posição de berço, com o bebê semi-deitado, as costas dele nunca na horizontal, senão em diagonal. Podemos conseguir esta posição tanto com o wrap quanto com o sling de argolas ou rebozo. Lembrando-se que o ideal é que o bebê fique com os joelhinhos mais altos que o bumbum, as canelinhas fora do tecido (para o peso cair no bumbum), e a cabeça fora do sling, segurada pela mãe, para ele se retirar a vontade quando não quiser mais.

Pode ver os seguintes vídeos explicando a posição de berço ou amamentar, que serviria também para oferecer uma mamadeira, no caso, com o bebê não tão virado para a gente:













Distinto uso do cinto da mochila e do mei tai

NA MOCHILA colocamos o cinto virado "para baixo", porque ele é estruturado, e o bebê irá sentar no painel da mochila, conseguindo um assento profundo, pois o cinto aguenta o peso sem deformar.


NO MEI TAI colocamos o cinto virado "para cima", pois ele irá fazer o assento como o fazemos nos wraps ou slings: com o próprio tecido entre o bebê e o nosso fazendo um bolso. O fato do cinto do mei tai não ser estruturado faz com que, se colocado da mesma forma que o cinto de uma mochila, o peso do bebê o deforme, dificultando a formação de um assento profundo, ou incomodando ao formar este.

Por Elena de Regoyos, assessora de babywearing em MamaÉmemima e formadora Bebê no Pano.
Mais info, vídeos e porta bebês de qualidade emwww.mamaememima.com.

sábado, 30 de enero de 2016

Amarração canguru nas costas, passo a passo e videos


1. Com a coluna inclinada, porem sem corcunda (bumbum para fora, coluna cóncava), coloco o bebê/criança bem centrado no meio das minhas costas, a altura ideal seria com o bebê conseguindo apoias a cabecinha dele na nossa zona cervical.

2. Espalho o tecido deixando a borda superior na altura das orelhas do bebê/criança, levando o resto do tecido bem esticado para baixo. Outra alternativa é levar o bebê para as costas com o tecido já colocado sobre ele.

3. Com o que sobra de tecido embaixo, faço um bolso/assento desde atrás de um joelho até atrás do outro joelho, e travando o tecido entre o corpo do bebê/criança e o meu proprio corpo, para que o bebê fique bem seguro e não caia por baixo. 

4. Levo ambas faixas de tecido encima de cada um dos meus ombros e me aseguro de que o bebê já está na altura confortavel. Se ele ainda está baixo, puxo das alças para cima com uma mão, enquanto com a outra empurro a modo de elevador do bebê para cima. E sem soltar ambas alças, de forma que elas segurem o peso do bebê, já posso ficar vertical (senão o bebê não vai nos deixar ajustar pois tentará se verticalizar, se afastando das nossas costas).

5. Segurando entre os joelhos firmemente uma das alças, começo ajustar a outra, esticando preguinha por preguinha o tecido desde a cervical do bebê até a parte sacro-lombar dele aproximadamente. O restante de tecido, que se corresponde com a parte que está fazendo a bolsa/assento, eu não puxo co força, apenas elimino frouxos e coloco essas pregas finais embaixo do resto de tecido, lá no meu ombro, para evitar que o bolso se desfaça. Essa parte é muto importante. O tecido da alça ficaria, portanto, como dobrada pela metade, sendo que a parte que segura o assento, bumbum e joelhos fica embaixo do resto.

6. Dou um par (não enrolo como um parafuso todo o tecido!) de enroladas nessa alça para ela não perder tensão, e a seguro entre os joelhos firmemente. Agora ajusto também a outra alça, da mesma maneira.

7. Com as duas alças ajustadas, as levo para trás por baixo dos meus braços a modo de alças de mochila.

8. Posso terminar fazendo dois nós embaixo do bumbum do bebê/criança, ou se ainda sobra bastante tecido, levo ele para a frente de novo (agora por bauxo das pernas do bebê) e amarro firmemente na inha cintura, ou no peito a modo de acabado tibetano (ver vídeos no canal de youtube de "mamaememima").

Videos da amarração:




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Elena de Regoyos para www.mamaememima.com

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