Muitas
vezes ouvimos falar do tal do Método Mãe Canguru, mas sabemos realmente o que
isso é? Eu quis trazer aqui os benefícios do método, dicas para praticá-lo e umas
boas referências científicas que o avalam, para os que ainda pensem que a
incubadora é melhor.
O que é o
Método Mãe Canguru (MMC)?Informações obtidas da Organização Mundial da Saude (OMS) e de outras publicações científicas,
como as realizadas pelo doutor Nils J. Bergman, que introduz o MMC em
Sudáfrica, publicando várias pesquisas ao respeito, o MMC
consiste em manter os bebês pré-maturos em contato permanente pele a pele com a
mãe dele (de preferência), ou como alternativas, com o pai, uma enfermeira ou outro
adulto que se disponha.
O que
implica praticar o MMC:
-Contato
pele a pele contínuo, dia e noite, com o bebê.
-Aleitamento
materno exclusivo (de preferência).
Benefícios
do MMC em pré-maturos estáveis de a partir de 1.200kg:
-Estimula o
aleitamento materno: o contato pele a pele favorece a produção de leite
materno. Os bebês do MMC mamam melhor e com maior frequência, o que beneficia
ao aumento de peso tão necessário, sendo demostrado que os bebês do MMC podem
engordar até 30 gramas por dia, três vezes mais do que um bebê em incubadora, o
que reduz a estancia na UTI neonatal.
-Menos choro,
diminuindo o nível de hormônios do stress (somatostatinas) no corpo do RN.
Estes hormônios favorecem hemorragias cerebrais, muito comuns em bebês prematuros.
-Humanização
da atenção neonatal potenciando a vinculação mãe-filho, ajudando a evitar situações
de depressão pós-parto, muito comuns em casos de mães de pré-maturos por causa
do sentimento de culpa e a ansiedade derivados do nascimento temprano do bebê.
Praticando o MMC, à mãe tem a oportunidade de cuidar do bebê dela, dela mesma
ser o entorno adequado para a melhor evolução do pequeno. Isso gera mais
ocitocina, o hormônio do amor, acalmando-a e lhe ajudando na produção de leite.
-Segundo o
estudo do Nils J. Bergman, o contato pele a pele é muito mais benéfico do que a
incubadora para um recém-nascido. Em contato com a mãe, os bebês mantinham a
temperatura corporal estável, estavam mais calmos, respiravam melhor e tinham a
pressão arterial e batimentos cardíacos estáveis.
-Quanto
menor era o bebê (a partir de 1.200kg), mais estável ele se mantinha em contato
pele a pele, e menos na incubadora.
-O contato
pele a pele favorece a sincronia de sono mãe-bebê, o que ajuda à mãe descansar
melhor, enquanto o pequeno também dorme.
Como
praticá-lo corretamente:
O bebê deve
estar com pouca ou nenhuma roupa (fralda apenas é o ideal) na posição “de
sapinho”, diretamente no peito da mãe, também sem roupa. Mãe e bebê devem ser
cobertos, embrulhados, por um pano que ajude manter o bebê nesse lugar, devidamente
segurado, lhe oferecendo conforto, sustentação e, claro, ajudando a manter o
calor corporal dos dois corpos unidos. Um wrap sling é ideal, mas outros
tecidos servem também.
A posição
de sapinho é a mais fisiológica para o recém-nascido, e é a que deve ser usada no MMC. Ele teria a maior superfície
corporal possível em contato com o corpo da mãe. Todo o frontal dele: rosto,
peito, abdômen, braços e pernas, o que o estimula sensorialmente a través da
pele, e o mantém mais facilmente aquecido. A flexão natural das perninhas dele
deve ser respeitada.
Só para
pré-maturos?
Não, se
para um pré-maturo receber estes cuidados pode ser vital, para um bebê nascido
a termo, recém-nascido ou já algo maior, todas estas vantagens do MMC também
são muito importantes e benéficas no seu desenvolvimento fisiológico, emocional
e neurológico, pois até os 9 meses de idade ele está ainda sendo gestado fora do útero materno, como
já foi explicado neste artigo de MMM sobre a exterogestação.
Se podemos
dar o melhor ao nosso filho, aquilo que vai lhe ajudar a se sentir seguro,
ganhar peso, criar um vínculo amoroso com os pais, estabelecer conexões
neuronais mais ricas, cuidar do desenvolvimento fisiológico mais adequado dele,
estabelecer o aleitamento materno, ter melhores digestões e estabelecer todos
os sistemas vitais dele... Seja pré-maturo ou não, para que iriamos privá-lo disso?
Texto de Elena de Regoyos para MAMAÉ ME MIMA
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