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lunes, 13 de mayo de 2013

Bebês e crianças permanentemente en crise? (Saltos e picos de crescimento)

Estou muito angustiada. Até hoje sabia que tinha saltos e picos de crescimento no(s) primeiro(s) ano(s) dos bebês, e muitas vezes, vendo crescer os meus filhos, quando sentia fases de maior demanda (física e emocional) eu pensava "deve ser uma fase de crescimento ou desenvolvimento maior, ou talvez ele estaja ficando resfriadinho", e mais ou menos me contentava com a explicação, mesmo não adiantando muito saber a causa, senão mais bem agindo em consequencia.


Image courtesy of Phaitoon at FreeDigitalPhotos.net

Mas agora que vi em um artigo quando e quanto duram supostamente cada um destes picos e saltos de desenvolvimento, só me coube a tensão e o stress no corpo e a alma. Se com esse artigo pretendiam ajudar as mães, para mim que lhes podem estar produzindo o efeito contrário. Pelo menos comigo teria acontecido se não fosse eu tão desencanada como costumo ser.

Como uma mãe vai ficar tranquila se antes sequer de ter a oportunidade de viver a experiência de ser mãe já sabe que vai ter as seguintes "crises", com seus respectivos e arduos efeitos colaterais (falta e difficuldade de sono, choros desconsolados, maior demanda de teta, etc)? Isso é botar muitas espectativas (ruins, aliás) no que elas podem esperar nos primeiros anos de vida do filho! Vejam:

Saltos de desenvolvimento (momentos de maduração evolutiva da criança):

-5 semanas (1 mês).
-8 semanas (quase 2 meses).
-12 semanas (quase 3 meses).
-19 semanas (4 meses e meio).
-26 semanas (6 meses).
-30 semanas (7 meses).
-37 semanas (8 meses e meio).
-46 semanas (quase 11 meses).
-55 semanas (quase 13 meses).
-64 semanas (quase 15 meses).
-75 semanas (17 meses).

Picos de crescimento (crescimento físico do bebê):

-7-10 dias.
-2-3 semanas.
-4-6 semanas.
-3 meses.
-4 meses.
-6 meses.
-9 meses e além.

Bebês em crise permanente

Pelamordedeus! Se no artigo já dizem que cada salto de desenvolvimento pode durar semanas, e que os picos já duram menos ("só" alguns dias), e pensando com a lógica de que cada criança é única e os saltos e picos não tem por que acontecer cronológicamente em ponto (alguns nascem na semana 38, outros na 40 ou 42... suponho eu que nos saltos e bicos também temos, como mínimo, esse margem de erro), isso quer dizer que o nosso filho pode viver permanente em crise?

Se a isso adicionamos a saida de dentes (que não são poucos!), que pode acontecer em idades tão diversas segundo a criança... Como sobreviver à maternidade?

Gente, sejamos realistas. Bebês e crianças (assim como adolescentes, jovens, adultos e velhos) não são robôs, não são lineares e nem são predecíveis. Cada um deles mora numa casa diferente, com rotinas diferentes, em contextos diferentes e com pais vindos de famílias diferentes. Sem contar que eles mesmos já são 100% pessoas únicas e diferentes entre sí. Temos possíveis dores de barriga ou resfriados, saidas de dentes, reações a vacinas, crianças com demanda maior de presença e contato, outras que exigem muito alimento e as que dormem naturalmente pouco e muito picado. Eles podem se encaixar na dita tabela, ou não ter nada a ver!

O que eu acho errado destas tabeles não é o excesso de picos ou saltos, senão o fato delas nos transmitirem a sensação de que estes tiram o ánimo do bebê "do normal". Segundo eu o entendo, por contra, não apenas "o normal", senão também o desejavel, o adequado, o saudavel e o BOM, é que os bebês e as crianças vivam os seus primeiros meses e anos em quase permamente estado de crescimento e desenvolvimento.

Da mesma forma que não compartilho a opinião de quem pensa que práticamente toda criança tem um transtorno mental pelo mero fato de se comportar como uma criança, também não compoartilho a opinião de quem acha que os bebês estão passando por uma fase "de crise" quando simplesmente estão sendo bebês.

Agora, você quer olhar a tabela e usá-la como guia para localizar em que momento está o seu filho? Isso te alivia e ajuda? Então bemvinda ela seja, mas por favor, não se esqueça de olhar o seu filho como a pessoa única que ele é, e dentro do contexto único em que ele vive. Daí vão surgir as respostas em muita maior medida do que nesta tabela "universal", pois nada menos "universal" e tabelado do que os ritmos de crescimento das crianças.

A causa frente a ação, o que ajuda mais?

E para terminar, levanto uma outra questão que vem ao caso. Sei e comprendo que nós, seres humanos, temos uma tendência innata na busca dos "porques", sei e comprendo que procurar e entender as causas de um fato determinado nos acalma e nos ajuda a resolvê-lo. Mas no caso de bebês e crianças, admitamos que é tão, mas tão dificil localizar as verdadeiras causas (eles não falam nem explicam o que lhes acontece, né?), que é mais uma questão de fé.

Neste contexto, não será melhor ficarmos simplesmente no "agir", em lugar de encanar tanto nas causaso, nos "porques"? Para mim funciona assim:

-"Do que ele precisa?"
-"Até onde eu posso lhe ajudar nesse sentido?"

Ponto. Não adianta muito questionar se essa demanda dele é "legítima" ou não:

-"Não deveria ter sono agora!"
-"É normal que ele sinta fome ainda?"
-"Será que é manha?"

E nem adianta tanto procurar as causas:

-"Por que ele derrepente quer ficar pendurado no peito o dia todo?"
-"O que está lhe acontecendo para acordar tantas vezes de noite?"
-"O que estará fazendo ele chorar desse jeito por todo?"

O que a mim, na minha experiência, me deixa mais tranquila, menos frustrada, e realmente garantindo melhores resultados é a confiança ("se ele chora, demanda ou acorda será por algum motivo, mesmo sem eu saber qual") e a aceitação ("ele realmente está precisando de mim nesta fase"). E me deixem de tabelinhas, porque vou lhes dizer, tenho três filhos, e eles são tão, mas tão diferentes entre si que seria impossivel eu entender as tabelinhas seguindo os ritmos de desenvolvimento e crescimento de cada um deles. Nada a ver!

Elena de Regoyos para MamaÉ
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