Vocês devem ter percebido que eu ando falando e pregando o tal de "babywearing de qualidade". Ô slogan bonito, né? Pois é, porque carregar um bebê é coisa seria, além de coisa gostosa, convenhamos.
Pensemos em sapatos, um produto que a gente tem em quantidade e usa cada dia. Nos ajudará entender a analogia: Quantos você tem? São todos iguais? Só muda a estética ou também a praticidade deles? Você vai usar um tenis para fazer esporte, e um chinelo para ir à piscina, e um salto alto para ir em um casamento, uma bota se está chovendo e assim por diante.
Não vamos correr uma maratona de chinelo, e nem vamos ao casamento com um tenis de correr ou saimos na chuva com aquele salto alto chique. Da para fazer? Sim, claro! Nada é proibido e viva a diversidade! Mas a priori não seria o mais apropriado porque além das nossas preferências, cada tipo de sapato é mais funcional para uma finalidade específica.
Dificlmente vamos achar um sapato que supra todas as nossas necessidades. Dificilmente vamos achar um portabebê que supra todas as nossas necessidades. Cada um deles será mais apropriado para uma determinada circunstância e/ou pessoa. Vamos usar ele práticamente todos os dias por alguns anos. Sim, por anos, o bebê cresce e ganha indepenência, mas ainda vai precisar de colo em muitas ocasiões, por anos, isso se não chega um irmãozinho, e começamos de novo.
Então, vai ser um produto de necessidade digamos que básica por alguns anos no nosso dia a dia. Não seria tão maluco assim ter mais de um, pensando naquela analogia com os sapatos, né? Inclusive por estética, sim ("hoje prefiro uma cor clara", "hoje vou mais de alegria rainbow style"), o portabebê será nosso vestuário diario por um bom tempo, práticamente o que mais vai ser visto da nossa roupa. Se compramos várias camisetas, várias blusas, vários pares de sapatos, porqus os usamos a diário, o que há de estranho em ter mais de um(s) portabebê(s)?
Mas vamos lá. Além da utilidade prática de cada um, você terá preferências pessoais, e provavelmente use o tenis para muitas mais coisas, ou não, talvez você seja mais de sapato chique "antes morta que simples".
Entendido isso, você pode ser mais de tenis bom, ou talvez queira economizar e compre aquele que descola a sola quando chove, da chulé ou detona seu pé quando está correndo porque não tem flexibilidade. Sendo consciente, tudo bem. Tem de tudo no mercado. Sempre.
Então, é isso: temos a utilidade de cada sapato, temos as preferências pessoais e temos também as qualidades dos materiais e da produção.
Ainda falta um último ponto, o uso deles. Claro que a gente não faz cursos para aprender usar um sapato (alguns até podia, viu?), mas entendamos que não estamos falando de sapatos, e sim de artilugios para carregar nosso bem mais precioso: nossos bebês. Então, este último ponto é o uso que fazemos desse produto.
Se nossa sociedade perdeu culturalmente a tradição de "portar bebês", de praticar o "babywearing" (vestir o bebê), e agora nos vemos com metros de tecido de diferentes formatos querendo recuperar essa necessidade de contato com nossa cria, é lógico que aprendamos a fazê-lo de forma correta com quem tem se formado para esse fim, pois lamentavelmente não temos mais ancestros para imitar nessa arte milenar. Acreditem, tem MUITO estudo ao respeito, estudos sérios, rigorosos, com evidências.
Publicação do International Hyp Displasia Institute (Instituto Internacional de Displasia de Quadril) |
O corpo desse bebê está em desenvolvimento, coluna, quadril e cérebro deles em fases muito primitivas, e precisando de cuidados primorosos. Podemos errar e muito. Na forma em que os colocamos, no tecido mais adequado (não apenas para não passar calor, senão para permitir que respire, que dê suporte sem esmagar, etc).
Portanto, babywearing de qualidade é aquele que fazemos com consciência: sabendo quais os tipos de portabebê, as peculiaridades de cada um, conhecendo os tecidos, aprendendo a usar cada um deles, se informando sobre a fisiologia do recém nascido, assim como a do adulto que carrega (cuidado com esse assoalho pélvico, as lombares, as cervicais, a caixa torácica oprimida...).
Vamos slingar com consciencia? Será muito mais prazeroso. Procurem um bom profissional, cada vez tem mais! Se você não conhece nenhum na sua cidade ou estado, fique a vontade de me perguntar, ficarei feliz em poder te indicar alguém.
Elena de Regoyos para MamaÉ Me Mima
(www.mamaememima.com)
Divulgue a vontade, cintando a fonte e link original.
-Sou formada como assessora de babywearing pela escola Mimos y Teta da Espanha, com anos de experiência e formadora de assessoras no Brasil.
-Veja mais sobre os diferentes tipos de portabebês neste link.
-Saiba mais sobre a necessidade de ser carregado durante a exterogestação clicando aqui.
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-Veja aqui muitos mais artigos sobre babywearing publicados no meu blog.
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