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domingo, 11 de septiembre de 2011

“Doula de puerpêrio”, o apoio fundamental das mães no século XXI



Após o parto... Acabou todo? Muitas mulheres grávidas costumam se preparar muito para o parto. Lêem, perguntam, se informam e contratam uma doula que, sem duvida alguma, as ajudará a se fortalecer no caminho que elas mesmas quiserem escolher para esse grande dia, o dia do parto, o dia em que elas virão a ser mães.

Mas e depois? Com o parto realmente acabou tudo? Eu acho que, realmente, após o parto começa tudo. Começa o ser mãe, esse papel na nossa vida para o qual nos preparamos desde crianças às vezes, e mais intensamente durante a gravidez, é claro, sendo já, de alguma forma, mães.

Começa a desestruturação emocional da qual tanto fala a psicóloga argentina Laura Gutman. Começa o amor infinito de mãe, que às vezes nem conseguimos gestionar, começam as inseguranças, os medos, e também as alegrias intensas, e o cansaço extremo, as sombras que afloram...

Eu sou doula de puerpêrio, materno às mães, escuto-as e as ajudo no que elas precisarem relacionado a este novo papel que estão estreando. Apoio as suas decisões e as ajudo a amamentar se é o seu desejo.

Acolho as suas emoções, sejam estas positivas ou negativas, porque todas fazem parte do seu “ser mãe” e todas são importantes para ela mesma se aceitar em este novo papel, que não é só “branco” nem “preto”.

Mãe é humana, é maravilhosa, é mulher, é imperfeita, é amorosa, é sozinha, é deusa que dá vida. Como tal merece meu carinho, minha admiração e meu respeito. E por isso quero acompanhá-la! Me liguem, me escrevam, contem comigo.

Sou doula de puerpêrio, obrigada a todas por me permitirem sê-lo!!

As doulas no puerpêrio, por Laura Gutman

Eu decidi desenvolver a profissão institucional de "doula" para ajudar as mulheres durante o período do puerpêrio ou pós-parto (do meu ponto de vista, os dois primeiros anos após o nascimento do bebê), em casa.

Estou tentando integrar ao inconsciente coletivo feminino a necessidade de contar com um apoio maternante exclusivo para o primeiro período após o aparecimento da criança. Para fazer isso, organizei uma "Equipe de Doulas", todas elas profissionais graduados na “Escuela de Capacitación de Crianza” (“Escola de Capacitação para a Criação”) que realizam visitas domiciliares, atendendo às mães puerperais em todas as questões relativas à desestruturação emocional acontecida após o parto.

Que coisas têm que acontecer para que uma mulher se decida a pedir uma "doula" em casa?
-Coisas bastante comuns: por exemplo, ser o segundo dia na clínica depois do nascimento do bebê.
-Ou quando volta para casa após o parto.
-Quando quatro dias depois, o marido retorna ao seu trabalho.
-Se se sente indefesa ou assustada por nada em particular.
-Se o bebê chora muito e não pode acalmar.
-Se tiver qualquer problema com os seios.
-Se quiser chorar.
-Se sentir desconectada e irritada com o bebê.
-Se se sente sozinha.
-Se não sabe para quem perguntar.
-Se se angustia.
-Se não acha recursos para se sentar e brincar com seus filhos mais velhos.
-Se se culpa por não estar indo bem.
-Se estiver sobrecarregada.
-Obviamente, se têm gêmeos ou trigêmeos (mesmo se tiver uma enfermeira ou babá).
-Se o dia é muito longo para ficar sozinha.
-Se não tem quem de crédito às suas percepções.
-Se os filhos mais velhos a reclamam desproporcionalmente enquanto cuida do bebê.
-Se as noites são um inferno.
-Se é diagnosticada de depressão pós-parto.
-Se as pessoas que a amam o que recomendam é voltar para o trabalho rapidamente para "ficar bem".
-Se o marido chega cada vez mais tarde em casa.
-Se está, simplesmente, deprimida.

Agora bem, desde que o mundo começou, as mulheres têm filhos nascidos e criados sem "doulas" e quase todos sobreviveram. Há mulheres tão ineptas que, sem "doulas", não são capazes de fazer as coisas direito? Por que seriam merecedoras de tal luxo?

Nos albores do século XXI, as mulheres de sucesso ou apenas inteligentes adreditamos ter recursos suficientes para cuidar de um bebê. Quanto mais vivemos no mundo "yang", mais deserto se encontra o mundo "yin". Portanto, uma "doula" em casa não é um luxo, é uma prioridade que todas as mulheres merecem, já que uma criança pequena depende do equilíbrio emocional de sua mãe. Ao longo da história, as mulheres têm construído estruturas para nos garantir um apoio suficiente na hora da maternidade. Entrar com conforto no mundo externo não nos facilita a fusão nem a compreensão dos mundos sutis. Na verdade, estamos mais órfãos do que nossos avôs, em muitos casos. Se bem cada mulher reage de forma diferente durante o puerpêrio, uma mulher bem apoiada esta em melhores condições de segurar seu bebê.

A "doula" interpreta a experiência interior de cada mãe, acolhendo todas as mudanças invisíveis e traduzindo para a linguagem comum a experiência do puerpêrio. Ela não está para ajudar com o bebê, nem para oferecer bons conselhos, mas para acompanhar o mergulho no universo "yin".

Desde já mesmo, eu também espero que o trabalho de "doula" entre no inconsciente coletivo feminino. Que as mulheres "saibam" depois de dar à luz que naturalmente merecem chamar e solicitar uma "doula" em casa, para que abra as portas dos Mistérios da Maternidade e desperte em nós a intuição ancestral, a sabedoria e a alegria da transformação.

A "doula", portanto, representa o arquétipo da "Grande Mãe". Sua principal função é a de maternar à mãe para que, então, ela possa maternar o seu filho. Eu acho que as "doulas" como instituição podem se tornar um apoio fundamental para as mulheres no século XXI.

Extraído de “PUERPERIOS Y OTRAS EXPLORACIONES DEL ALMA FEMENINA”, pg. 113, Capítulo 5 – “Las doulas”.

Elena de Regoyos
(19) 9391 4134

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