Páginas

sábado, 30 de junio de 2012

Proibido dar amor? Perigo de acostumar

Ontem, 29 de junho, foi decretado o Dia Internacional do Sono Feliz. Milhares de mães encheram as redes sociais de declarações contrárias às torturas infantis à hora de dormir, instigadas por autores como Eduard Estivill (Nana Nenê), e perpetradas pelas próprias famílias cada noite em praticamente todo o mundo civilizado. Hoje milhares de famílias que não acreditam na violência declaram, orgulhosas, o seu prazer em cuidar, atender, acompanhar e amar os seus filhos à hora de dormir, compartilhem cama ou quarto com eles, ou não.

As torturas das que eu falo consistem em ignorar o choro do bebê ou criança, mesmo se ele vomita (consequência do estado de choque) ou se auto-lesiona batendo a sua cabeça contra a parede. O adulto conta com uma fria tabela de minutos na mão, que lhe indica cada quanto tempo pode ir para falar a distância (não vá ser que o contato físico com o filhote lhe devolva a humanidade perdida) que o ama, que ele tem que aprender dormir sozinho e que está fazendo isso com ele pelo seu bem (!!). Mensagem que evidentemente o bebê ou criança não é capaz de escutar nem de assimilar, pois está em pleno choque emocional.

Depois de alguns dias, semanas ou meses, o bebê ou criança se resigna ao abandono mater-paterno e não chora mais. Não é que apreenda a dormir, não batam palmas, não. Simplesmente ele assume que está sozinho, e que de nada adianta chamar a mãe, chorar ou se desesperar. Primeiro e grave ataque a sua autoestima. Primeiro sintoma da Síndrome de Indefesão Apreendida.

No futuro, talvez, quando ele se veja em uma situação difícil, em lugar de lutar, pedir ajuda ou procurar recursos para sair dela, vai ficar esperando as dificuldades tomarem conta dele, pois desde criança apreendeu que não está na mão dele superar as dificuldades, que não adianta lutar ativamente. Serão seres passivos que, com a cabeça baixa, irão deixar a vida, as outras pessoas e as dificuldades passarem por cima deles, consequencia daquele maltrato.

Falo de torturas, e não de métodos, pois estão cientificamente demonstrados os graves efeitos que a aplicação estas pautas tem no cérebro dos bebês e crianças, para toda a vida (pode ler mais sobre isso no post: O sono dos nossos filhos e as conseqüências de deixá-los chorar

Digo tortura, e não método, porque se fizéssemos isso com um idoso, um doente ou um aleijado ninguém iria duvidar em se escandalizar, e até em chamar à Polícia. Digo tortura porque não cabe outra palavra, basta olhar a cara de terror de uma criança que chora até o espasmo respiratório, que implora o colo da mãe, que estica no desespero a mão pela grade do berço em busca de um mínimo contato humano, que vomita em estado de choque. Falo de tortura porque não há maior crueldade que receber um trato assim da pessoa da qual maior amor espera um bebê ou criança: sua mãe.

A cultura do anti-amor

Me pergunto qual é o motivo pelo qual está proibido dar amor aos nossos filhos. Por que uma mãe não deveria pegar no colo e consolar com o seu peito à pessoa que mais ama no mundo? Por que devemos lutar tão insistentemente contra a nossa natureza? Qual é o interesse de ser, cada vez, mais inhumanos? Quem ganha com isso? Alguém, de fato, ganha alguma coisa com isso? Por que?

Uma amiga do meu irmão mais novo, de 20 anos, me contava ontem que no trabalho voluntário que ela faz cada semana com crianças abandonadas, lhe tinham proibido “ser carinhosa com eles”. E me explicava os motivos: “dizem que como os coitados têm sofrido muito por falta de amor e de figuras de apego, se eu sou carinhosa com eles depois vão sofrer de novo quando eu, algum dia, deixe de ir, ou eles saiam daí. Mas eu não consigo ser de outra forma com eles!”.

Como assim? Como nunca receberam amor tem que continuar assim para sempre, com o objetivo não sofrer? E querem convencer a quem com este argumento? Acaso acreditamos que eles estão bem assim, sem amor nem figuras de apego? Por esta mesma lógica, não adianta ir à praia, nem assistir um filme ou curtir um happy hour com amigos, porque como talvez um dia no futuro vamos sofrer dor nos ossos, perder capacidade de audição ou ter um câncer renal, não poderemos mais fazer estas coisas e vamos sentir saudades. Vamos sofrer.

Então, melhor não conhecer os prazeres da vida, para depois não sentir saudades deles. E melhor não namorar, casar ou ter filhos, vá que os nossos seres queridos morram e soframos a vida inteira pela sua falta.

É como quando te dizem isso de: "vá tirando o peito já, porque depois no berçário ele não vai tê-lo mais", ou "sai para dar um passeio algumas vezes por dia para ele se acostumar com a sua ausência e não sofrer tanto quando começar a escolinha". Desde quando adiantar o sofrimento te poupa do mesmo? Você pôs o despertador várias vezes por noite antes de ser mãe, para "depois não sofrer tanto quando o filhote fôr te acordar de noite muitas vezes"? Ou já foi de férias sozinha, sem o marido, só para "ir se acostumando à posível ausência dele algum dia, no futuro, e assim não sofrer tanto"? Quando é com um mesmo perde todo o sentido este tipo de lógica, claro.

Para completar a história de terror, uma outra moça me explicava que na escolinha onde ela faz estágio, com crianças de 2-3 anos, também lhe tinham proibido pegar elas no colo ou ajudá-las lhes dando a mão ao caminhar (crianças de 2-3 anos!!), “tenho que ser pouco amorosa e dar um trato não muito próximo, senão mais distante, me dizem que se eu dou a mão para um, os outros podem querer também”.
Isso me lembra quando na escola supostamente “open mind” aonde meus filhos iam faz alguns anos, me proibiram amamentar o meu filho de dois anos enquanto esperava o mais velho sair, “porque as outras crianças podem querer também”.

Pessoal, essa é a mensagem:

“Não dê amor na frente dos outros, porque o resto da humanidade pode querer também”.

“Não seja carinhoso, porque os outros podem perceber o que estão perdendo”.

“Não trate humanamente ao seu filho, porque amanhã pode pretender o mesmo trato em uma sociedade que já quase se esqueceu de como se faz isso de amar”.

“Não abra os olhos ao mundo, porque algum dia você vai morrer e não vai poder olhá-lo mais”.


Prohibida la reproducción total o parcial de este artículo sin el consentimento de la autora:

Elena de Regoyos

-Doula de puerpério e coach parental
-Consultora de slings e amamentação

www.mamaedoula.blogspot.com

martes, 26 de junio de 2012

Como acabar com a autoestima de uma criança

É claro que tem crianças no mundo em situações bem precárias nutricional e higienicamente falando. Não pretendo comparar, pois não é o caso (e inclusive eu diria que elas são muito melhor respetadas na sua dignidade do que as nossas). Mas chegando aqui mais pertinho, na nossa sociedade, vejo como muitas crianças são tratadas diariamente e me pergunto, preocupada, que tipo de sociedade nós estamos criando para o futuro. As crianças de hoje são os adultos de amanhã, os que decidirão o rumo do nosso planeta que, como diz a música, “não tem parado nem um só momento, a noite acaba e começa um novo dia”.
Não vou, também, nem chegar tão longe agora como para debater os milhões de crianças que são criadas na base da tapa (ou pior), tema para ser tratado bem individualmente pela sua gravidade. Por enquanto vou ficar nas sutis agressões verbais que praticamente todas as crianças sofrem diariamente, dentro e fora de casa. Frases que saem de nós quase no automático, porque nós também fomos tratados dessa forma. São frases aparentemente “normais”, “inócuas”, ma que podem ferir, e muito, o coração e a autoestima de uma criança.

Este final de semana viajamos para a casa da bisavó, e os meus filhos tiveram que escutar coisas como as seguintes, e engolir a humilhação e o desrespeito como puderam:

-“Que dois meninos lindos! Qual é o mais bonzinho, heim? Com certeza o seu irmão é melhor do que você”

-“Não quer me dar um beijo? Então eu vou ficar com a sua irmãzinha para mim!”

-(Para mim, na frente deles) “Você teve outro menino? Ah, é uma menina? Uffa, que sorte finalmente!”

-“Espero que vocês ajudem a sua mãe com a irmãzinha, que com o trabalho que vocês já dão é suficiente!”

-“E a loirinha é boazinha? Porque depois destes dois... Já pode, né?”

-“Não vai comer tudo? Então não vai montar no cavalo, viu?”

-(Apôs um deles ter caído de uma carruagem) “Vai chorar como uma menininha? Isso não é nada moleque!! Agora vai ver como aprende se segurar!”

Que sociedade estamos criando, se tratamos as nossas crianças de hoje como se fossem só “coisas que perturbam a nossa paz”? Por que queremos ameaçá-las com roubar as suas irmãzinhas? Realmente pensamos que isso não lhes fere? Que não lhes asusta? Que não lhes intimida? Pretendemos que nos dêm um beijo sob ameaças? Que nome tem isso se acontece entre adultos? Pensemos...

A que tanta chantagem de dar ou não dar guloseimas ou prêmios se fazem ou não o que nós queremos que façam?

Como você se sentiria se fosse tratado dessa forma, com ameaças, humilhações, mentiras, chantagens e desrespeitos?

Eu sei que é difícil nos livrarmos destas frases que nos saem no automático, porque são as frases que escutamos diariamente desde que nós mesmos éramos crianças. São as frases “normais” aos nossos ouvidos, habituais no trato com uma criança. É muito difícil modificar um comportamento (o nosso) que sai de nós sem pensar, isso requer de um grande esforço, e mesmo sendo conscientes disso falhamos com frequência. Mas o mínimo é fazer esse esforço, o mínimo é nos perguntar a nós mesmos se isso que acabamos de dizer para o nosso filho ou para o filho da vizinha pode ser humilhante, frustrante ou assustador para ele.

Não acredito nisso da hierarquia vertical dentro de família, mas me criei nela e quase a diário me surpreendo a mim mesma caindo nisso, obrigando aos meus filhos a fazer as coisas nas que eu acredito, em lugar de deixar que eles mesmos reflitam sobre isso e tirem as suas próprias conclusões. Eles são seres sociais e empáticos por natureza, e eu vou estragando tudo isso lhes fazendo cumprir regras por simples obrigação.

Mas como lidar com dois irmãos que brigam e se batem até se machucar, sem ser autoritária? Como conseguir que “se comportem” sem incomodar os outros, num espaço concebido só para o desfrute adulto, como um restaurante, um casamento ou a casa de uma amiga? Inclusive, como fazer que “se comportem sem incomodar” num espaço também pensado para a diversão infantil, como uma piscina? Complicado... Complicado, sim.

Enquanto eu escrevo isto meus filhos acabam de jogar uma almofada pelo ar na casa da minha mãe, quase quebrando um vaso antigo, e estão se batendo e xingando. Como lhes fazer parar sem ser autoritária? É o nosso grande desafio fazer isso numa sociedade não apta para crianças, com casas não aptas para crianças e mentes não aptas para o comportamento natural, selvagem, instintivo e livre de uma criança.

Confiamos em que vão acabar sabendo se comportar educadamente só dando exemplo? E outra... somos capazes de dar esse exemplo? Nós mesmos temos o comportamento que esperamos que eles tenham? Eles são, como digo, empáticos e sociais por natureza, e por tanto vão acabar se comportando de uma forma empática e sociável, sim. As regras de educação em locais públicos, por exemplo, não são “naturais”, por tanto eles vão ter que aprendê-las, claro.

Mas sabemos, também, que eles aprendem por imitação, principalmente imitação dos seus pais, assim bastaria com ir acompanhados deles nesses locais públicos, por exemplo, e nos comportarmos educadamente, segundo as regras estabelecidas socialmente. Eles vão imitá-lo aos poucos (é questão de anos, não de dias nem meses), igual que eles imitarão o nosso comportamento educado ou mal educado que nós tivermos com a pessoa que pula a fila no supermercado. Se formos autoritários e lhes faltarmos ao respeito, como fazemos quase a diário (porque nós também imitamos o que fizeram com nós), como eles serão quando adultos?

Acaso nós nos perguntamos os motivos pelos que eles estão agitados nessa hora? Fazemos alguma coisa para ajudá-los a “se comportar”? Pretendemos que o façam por iniciativa e esforço próprios? Talvez eles estejam entediados nesse lugar não apto para crianças? Precisam de atenção talvez? Querem que alguém brinque com eles ou lhes escute um pouco nessa reunião chata de adultos?

Façamos um exercício... Antes de dizer ou fazer algo para uma criança, pensemos se diríamos isso mesmo para um adulto, se o trataríamos do mesmo jeito como pretendíamos fazer com a criança. Garanto que vamos nos surpreender.

Elena de Regoyos-Doula de puerpério e coach parental
-Consultora de slings e amamentação

www.mamaedoula.blogspot.com

sábado, 9 de junio de 2012

Relato de mi tercer parto, en casa. Nacimiento de Alicia


(Próximamente estará pronta a versão em português)

Completo este relato de parto el 5 de junio de 2012, casi tres meses después de haber parido a mi niña. Es curioso, porque lo empecé apenas dos días después de ella haber nacido, y lo escribí fluidamente hasta llegar a la parte final. Ahí lo dejé aparcado "para terminarlo en otro momento de tranquilidad", que curiosamente no encontré. Unos dos meses después, entonces, lo volví a empezar a escribir, esta vez en el ordenador (la anterior era en papel y boli). Y también tuve que parar cuando llegaba a la parte final. De nuevo se quedó aparcado sin encontrar momentos de calma para continuar. Hoy, con Alicia dormida en el fular me he armado de valor y lo he terminado. No ha sido fácil "parir" esta parte final de mi parto, pues hay mucho que procesar internamente. Pero ahora que está acabado, me siento más ligera.

Antes de empezarlo quiero colocar aquí las palabras que coloqué en el facebook, junto a la foto de su nacimiento, el día siguiente a su nacimiento:


"Alicia nació en casa ayer, 10/marzo/2012, a las 8:18h, tras toda una noche en trabajo de parto... y menudo parto. Nadie dijo que el número de hijos facilite estas cosas.
Pesó 3,720kg y está estupenda, yo también (las cosas como son :) )
Es preciosa, simplemente preciosa, y una "teteadora" de campeonato.
Gracias a todos por vuestros mensajes de cariño y buenos deseos, a Kleber por -una vez más- haber sido el acompañante ideal en este momento, a mi madre porque su ayuda silenciosa fue imprescindible en todo momento (y lo sigue siendo); a mis niños queridos Paulo y Adriano, que estuvieron más que a la altura y recibieron a su hermana llenos de ilusión y amor... Y a las magníficas profesionales que me acompañaron de la mejor forma posible, impecable trabajo, y eternamente agradecida a Ana Cristina Duarte y Ana Paula Caldas".

Relato de parto



Alicia vino al mundo porque le dio la gana. Desde el primer segundo de vida, de vida dentro de mí, se lo ganó a pulso y por méritos propios. En plena crisis de pareja, se las arregló para que papá y mamá pasásemos una noche juntos en una tienda de campaña, y ahí poder propiciar el milagro. No se dejó vencer por la píldora del día después, ni por la varicela de sus hermanos unos meses más tarde, ni por el ataque de garrapatas que sufrí durante el primer trimestre de embarazo, que me desató una fase de hipersensibilización alérgica en la piel que me hizo pasar días y noches de terribles picores.

Desde el principio fue un embarazo completamente diferente de los otros dos anteriores, que ya habían sido diferentes entre sí. El de Alicia fue "de libro", incluyendo náuseas, pechos hipersensibles e hinchados, ciática, mucha sed, cara iterna del muslo inmensamente dolorida desde el segundo trimestre (¿aductor?), pies hinchadísimos los últimos meses en pleno calor del verano de Brasil y rotura de bolsa de aguas antes de empezar con las contracciones. Todo ello cosas que nunca había tenido con Paulo y Adriano.

Mi fecha estimada de parto era el día 11 de marzo. En realidad día 10, puesto que las ruletas no cuentan los años bisiestos, y por serlo éste, la fecha correcta de las 40 semanas sería el día 10. Paulo y Adriano nacieron en la semana 38 y algunos días, así que yo albergaba la ilusión de que Alicia, naciendo en el mismo número de semanas, lo hiciera el día 29 de febrero. No sé por qué, eso para mí la hacía "especialmente especial". otra posibilidad era que compartiese día con mi madre, el 5 de marzo. pero no pensé que llegase a eso ni por asomo.

9 meses


Desde el séptimo mes, en enero, en Madrid, ya me sentía a punto de parir. Pesada, sin poder moverme con facilidad, cansada. Al llegar a Brasil, en febrero, ya me veía pariendo de inmediato. Pasé el carnaval, en la semana del 14 de febrero, con Kleber en sobreaviso porque en cualquier momento Alicia nacía. La sentía tan abajo, apretándome tanto en la pelvis, que no conseguía ya ni mover sin dolor, que no imaginaba que aún quedaría casi un mes más de espera. Pensé que la peque no esperaría ni a la abuela llegar, pues mi madre venía a Brasil el 25 de febrero para quedarse un mes con nosotros.

Pero esperó pasar el carnaval, esperó a la abuela y aún espero dos semanas más. Dos semanas que pasamos con mi madre disfrutando de la casa nueva y conociendo los alrededores. Quince días de gran cansancio y molestias físicas, pero una inmensa alegría espiritual. Lejos de traer tensiones, la suegra (mi madre) trajo harmonía y buena disposición general, que nos impregnó a todos, y dura hasta hoy, algunos meses después. Ya me habían dicho "pon una mujer piscis en tu vida". Alicia, también piscis, fue el relevo que vino a dar continuidad a este ambiente maravilloso en nuestro hogar.

Luna llena: pródromos

La noche del 7 al 8 de marzo fue luna llena, y le di a Alicia un buen baño de su luz en el jardín de casa. La acaricié, le hablé y le confesé mi impaciencia por conocerla. No podía tardar mucho ya. La noche siguiente sentí contracciones sin regularidad a lo largo de toda la noche, y en una de las veces que me levanté a hacer pis descubrí el tapón mucoso en mi ropa interior. Había empezado a dilatar y Alicia estaría con nosotros en breve. Esa señal del tapón mucoso había sido el detonante para mis dos partos anteriores, en los que no rompí aguas con antelación.

Pasé el día nerviosa, pues las contracciones habían desaparecido. Llamé a Ana Cris, la matrona, para contarle cómo estaban las cosas, y ella parecía tranquila. No sentí ninguna señal más en todo el día, nada. Pero algo dentro de mí me tenía ansiosa, Alicia estaba llegando, y lo sentía. No le dije nada más a nadie, salvo a kleber, que sí sabía lo del tapón. Ni a mi madre ni a mi amiga Patricia, con la que pasé la tarde en el club, donde llevamos a los niños a la piscina. Estaba ya tremendamente dolorida en toda la pelvis. Esa tarde me suponía un mundo levantarme de la silla para llevarle la toalla a Adriano, agacharme a ver qué quería Paulo... Cada movimiento me hacía sentir como si mi pelvis fuera a romperse, de tanta presión sobre ella. Dolía, dolía mucho toda esa articulación, y el cuello del útero. Unas horas más tarde iría a saber el motivo.

Volvimos de la piscina, les puse el pijama a los niños con ayuda de mi madre y me senté en el ordenador unos minutos. Cuando me levanté, a las 20h, rompí aguas. Mojé toda la ropa que llevaba puesta de cintura para abajo, y fui goteando hasta el baño, donde me senté en el wc. Me quité esa ropa mojada y me dije: ahora sí, Alicia ya está aquí. Estaba tranquila, serena, feliz. llamé a mi madre y le dije que me trajera un absorvente y ropa interior limpia, pues había roto aguas. Ella me ayudó sin nervios también. Y llamé a Kleber. Le llamé y le llamé y no me cogió el teléfono. Eso me dejó nerviosa. ¡Yo estaba de parto y mi marido no me cogía el teléfono! ¿Cómo no estaba 100% atento al teléfono, sabiendo que la noche anterior había expulsado el tapón mucoso y el parto era iminente?

Llegó 5 minutos después y hubo algunos momentos de tensión. Temí que eso afectara al buen curso el parto, pues la adrenalina impide la liberación de oxitocina, necesaria para que todo fluya. Las contracciones no venían, y yo estaba con la bolsa rota. Me dijo Ana Cris, por teléfono, que la llamara cuando hubiera tenido 2 contracciones, independientemente del tiempo entre ellas. Y no llegaban... ni siquiera dos.

Kleber y mi madre prepararon las cosas que yo había dejado indicadas en la nevera (sábana impermeable en la cama, bañera en el baño, ventanas cubiertas para que no entrara luz, etc), y una hora después me fui a la cama con los niños, aún en tensión con Kleber. No quería estar con él, quería relajarme con los niños en la cama, necesitaba la compañía de mis pequeños en ese momento, que desde siempre era "nuestro momento". La hora de ir a dormir era la hora en que nos relajábamos juntos los tres en la cama, nos contábamos anécdotas del día y compartíamos reflexiones en ambiente de cariño y descanso. Necesitaba ese momento nuestro para recuperar la calma necesaria para entrar en trabajo de parto, y así lo dejé claro, descartando el ofrecimiento de mi madre de ser ella quien acostara a los niños esa noche.

Nos metimos los tres en mi cama, charlamos un rato, y nos dormimos. Adriano ya había bajado a su cama (junto a la mía), y a las 23h, una vez relajada y hasta dormida, cuando todo el mundo en casa también dormía, empezaron las contracciones. Me quedé en la cama y empecé a sentirlas, una tras otra. Dolía, pero era controlable, respiraba serenamente y conectaba con mi cuerpo, con lo que estaba pasando. Acariciaba a Alicia, visualizaba mi cuello uterino abriéndose con cada contracción y descansaba. No desperté a nadie.

Así fue pasando el tiempo hasta que fui a llamar a Kleber, que dormía en la habitación de Adriano. Vino a nuestra cama, puso a Paulo junto a Adriano en la cama "adosada" (no sé por qué no quise que le llevara a su cuarto, como cada noche. Quería tener a mis niños ahí juntitos, cerca nuestro), y se echó a dormir junto a mí, contando el tiempo entre una contracción y otra. Yo también contaba, y no cuadraban nada los minutos que él contaba con los míos. Yo contaba 4 (con el móvil), para él eran 8 (en su reloj), y así todo el tiempo. Incapaces de saber cuánto tiempo pasaba entre una y otra, llamamos a Ana Cris, pues lo que era seguro era que habían aumentado considerablemente en intensidad, y yo ya no aguantaba más tumbada en la cama. Era la 1:00h.

Trabajo de parto en la paz de la noche

Ana Cris djo que acababa de llegar a Campinas, estaba en casa de Ana Paula (la neonatóloga), y venía para casa. Nos levantamos de la cama y empezó la actividad, pues hasta ese momento nadie había salido de la cama, ni del ambiente soñoliento al que la hora invitaba. Kleber se puso a llenar la bañera, que estaba ya preparada en el baño de nuestra habitación (en realidad era una piscina hinchable). Yo me senté en la bola de pilates para ver si así pasaba mejor por las contracciones y mi madre se despertó. Vino, preguntó si necesitaba algo, le dije que estaba bien así, y se fue. Yo sabía que ella estaría nerviosa, ansiosa... pero no interfirió en absoluto y lo supo controlar bastante bien, al menos ante mí, porque algunos meses después me enteré, por Kleber, de que cuando se cruzaban por otras partes de la casa, ella se le abrazaba y se desahogaba con él. Mami es mami, ¿no?

Los niños dormían ahí msimo, en la cama "de Alicia", junto a la mía. Los dos juntitos. Y nosotros con la luz del baño (dentro de la habitación) encendida, llenando la bañera, tranquilamente, mientras pasaban las contracciones sentada en la bola de pilates. Me gustaba esa sensación de "todos aquí juntitos", supongo que me daba seguridad.

Ana Cris llegó, yo seguía sentada en la bola. Dolía, pero lo llevaba bien con respiraciones, concentrada, tranquila, feliz. Ayudó a Kleber para terminar de llenar la bañera (hicieron un invento al más puro estilo McGyver que me hizo reir), instaló sus maletas con el material que pudiera llegar a ser necesario en mi habitación, preguntó si los niños irían a quedarse ahí mismo y básicamente hizo una labor logística importante en el inicio, para no quedarse después preguntando dónde estaban las cosas, etc. Muy profesional. Me convencieron para llevar a los niños a la habitación de Paulo, y allí siguieron durmiendo, sin enterarse de nada, juntitos.

Una vez llena la bañera, y viendo que yo estaba tranquila y acompañada, Kleber salió para comprar café hecho (¡no tenemos cafetera ni café en casa!), pues la noche sería larga. Me quedé tranquila, no sentía necesidad de compañía permanente, me encontraba bien, fluyendo. Ana Cris y mi madre estaban ahí conmigo. Ana Cris se tumbó medio en el borde de la cama para poder masagearme las lumbares durante las contracciones, pues yo seguía en la bola. No sentía un alivio específico en cuanto a dolor con estos masages, y reconozco que me daba algo de vergüenza "ser cuidada así", pero al mismo tiempo era agradable sentir que yo también tenía derecho a ese tipo de cuidados de mi matrona durante el parto.


La elección de mi matrona, Ana Cristina Duarte


Hago un paréntesis para explicar algo que creo fundamental en lo que respecta al parto de Alicia: la matrona, y que acabó teniendo una importancia mucho mayor de lo que yo hubiera pensado.

Lo cierto es que la figura de "la matrona" me tenía algo nerviosa, pues puse muchas espectativas en ella. En el parto de Adriano en Madrid, la matrona no fue alguien "muy especial" para mí. No creamos ningún vínculo afectivo, de hecho era la que menos gracia me hacía, o con la que menos me identificaba como "mi matrona", de las tres del grupo de parto al que pertenecía.

La llamamos bien al final, habiendo pasado la dilatación solos Kleber y yo. Llegó, se cambió de ropa y se quedó leyendo en el salón, sin perturbar mi trabajo de parto. Eso me gustó, no quería interferencias. Ella estaba ahí, pero no interfirió hasta que yo la llamé a gritos desde el baño cuando rompí aguas y sentí que Adriano estaba, ya, naciendo. Estuvo ahí agachada en el suelo para recibirle (yo en pie sostenida por Kleber), y después la noté medio en pánico cuando me desmayé dos veces sobre el charco de líquido amniótico + sangre del suelo del baño.

Llamó a la ambulancia varias veces. Conseguí, medio ida, que colgara ese teléfono pues no quería ir al hospital, siendo que Adriano ya había nacido. Ese momento de pánico (suyo), inseguridad en cuanto a qué hacer o no hacer (confiar en que todo estaba bien, como yo creía; o decidir que no quería correr riesgos y mandarme al hospital, como ella sentía que debía), me marcaron. No quería pasar por ello de nuevo.

Por otro lado, en todo este periodo entre un parto y otro, he ido leyendo esporádicamente relatos de parto, y en muchos de ellos leía cómo la figura de la matrona había sido importante para esas madres, estableciéndose entre ambas un vínculo emocional importante, una confianza casi ciega en ella, una conexión fuerte, no sé. Me parecía algo precioso y valioso, que yo quería tener con mi matrona en esta ocasión.

Ahí surge Ana Cristina Duarte, de cuya profesionalidad no tenía yo absolutamente ninguna duda, pero con la que necesitaba sentir una cierta conexión, una complicidad personal, un "puedo ponerme en sus manos" emocionalmente hablando, puesto que físicamente lo tenía garantizado, de eso no dudaba. Puesto que en un parto una se abre no sólo física, sino también emocionalmente, considero que es papel de una matrona, también, saber atender estos dos aspectos de la mujer que en cierta forma se ha entregado a ella, se ha puesto en sus manos.

Ana Cris me transmitía una seguridad tan grande, tan tan grande, que me daba miedo. Me gustó el hecho de que la otra matrona fuese algo insegura, porque así la logré convencer de que no me llevara al hospital, como yo sentía que no era necesario. Con Ana Cris yo sabía que no existiría esa posibilidad. Si ella consideraba que había que irse al hospital, iba a llevarme y punto. Ese era mi mayor miedo.

Por otro lado, la contundencia con que ella se comporta, era una moneda de dos caras para mí: por un lado yo sentía que necesitaba alguien más "maternal", pero por otro es el tipo de cualidad que yo necesito siempre en mi vida: alguien fuerte y decidido que me ponga "en acción", que confíe en mí, en lugar de hacerme sentir "infantilizada" y en cierto modo "desvalida", como alguien más "maternal" tal vez conseguiría.

Tuve el "guiño" que necesitaba, de Ana Cris, cuando estábamos programando una consulta justo para el día en que yo volvía de España, y le dije: "sólo no sé si será una consulta o una siesta, tras un vuelo de 11 horas embarazadísima y sola con los dos niños" y ella me respondió: "tienes derecho a una hora de siesta en mis brazos". En ese momento tuve de ella lo que necesitaba: confirmar que, en caso de necesidad, ese otro lado, más "maternal", iba a estar ahí para mí. Ahora era una matrona que unía todas las cualidades necesarias para mí: alguien 100% profesional, segura de sí y con un lado maternal si hace falta.

El día del parto de Alicia, no obstante, ella seguía siendo alguien que, de cierta forma, me imponía. Por eso quizás sentí cierta vergüenza en el momento de esos masages.

Acompañantes que no atosigan

También es verdad que, al igual que en el parto de Adriano, yo no sentía una necesidad especial de alguien tocándome, mirándome, abrazándome, diciéndome palabras de ánimo ni nada similar, casi ni siquiera de Kleber. Yo sólo quería saber que había alguien ahí por si llegaba a necesitarlo, pero que hasta ese momento me dejaran bastante en paz. Curioso en una persona como yo, que odio estar sola y que suelo necesitar y agradecer compañía y contacto humano para todo

Ana Cris debió percibirlo, pues hizo esos masages sólo en un par de contracciones o tres. Nada más. Como digo, no me molestaron los masages, al contrario, me hicieron sentir bien, cuidada (necesitaba sentir que yo también había tenido derecho a este tipo de cariños durante mi parto), pero creo que agradecí que dejara de hacerlos. Me gustaba saber que ella estaba ahí, pero prefería que no hiciera nada.

Mi madre también se estaba comportando exactamente como yo necesitaba de ella. Sabiendo que estaba ahí, pero sin interferir. De vez en cuando venía, me preguntaba qué tal, le decía que bien, ella se quedaba ahí un poco a mi lado, tal vez me acariciaba la espalda durante alguna contracción, y se iba otro ratito fuera. Me gustaban esos cariños suyos también, no llegaban a agobiar, pero me hacían sentir acompañada. No necesitaba más. Ni menos.

También hizo algunas fotos. Ahora veo que no tengo ni una sola foto con ella durante el parto. Me hubiera gustado. Sabía que yo quería fotos y tuvo la sensibilidad de hacerlas. Mi madre fue simplemente perfecta durante todo el parto. Se mantuvo disponible para todo, tanto para mí como para Kleber o Ana Cris, y desde luego para los niños cuando se despertaron por la mañana, pero siempre sin ir demasiado lejos.

En la bañera, un descanso para coger fuerzas

La bañera estaba llena y Ana Cris me preguntó si quería entrar en ella para aliviar el dolor, pues las contracciones estaban fuertes. Entré, colocaron unas almohadas para que me apoyara en ellas y estuviera cómoda. Y allí me quedé. Ana Cris se quedó un ratito y después salió de la habitación. Bajó con Ana Paula, supongo que estuvieron viendo cosas en el ordenador, pues se las oía hablar y se escuchaba música. Recuerdo que me molestaba el ruido, más que por mí, por el hecho de que los niños pudieran despertarse. Mi madre estaba en la cocina, haciendo la comida del día siguiente, y ella también hacía ruido con las cazuelas, sacando cosas del cogelador, etc. Ese ruido también me molestaba. Quería permanecer en esa paz absoluta que la noche trae: todo el mundo en silencio, durmiendo o descansando, sin hablar, en silencio. Silencio. El ruido creo que fue poco, pero recuerdo que me molestó. Le pedí a Kleber que le pidiera a mi madre silencio, por los niños.

Ana Paula se fue a su casa, la cosa no iba a ser tan rápida como ellas pensaban por ser mi tercer parto. Ana Cris se echó un rato en el cuarto de Adriano. Kleber y mi madre me trajeron algo de comery beber, cosas que ya tenía preparadas para evitar hipoglucemias: garbanzos torrados, natillas de chocolate, gelatina, zumos... Estaba muy agusto en la bañera. Las contracciones se espaciaron y disminuyeron en intensidad. Me entró mucho sueño, así que le pedí a Kleber que apagara la luz tan tenue que teníamos encendida en el baño. Quería quedarme completamente a oscuras.

Le dije que se tumbara un rato en la cama, si quería (le veía desde la bañera). Y nos quedamos todos en silencio. Los niños dormían, mi madre no sé qué hacía ni dónde estaba (pero no hacía más ruido), Ana Paula en su casa, Ana Cris en la cama de Adriano, Kleber tumbado y yo en la bañera descansando, a oscuras. No sé cuánto tiempo pasé ahí, pero fue importante en cuanto a recuperación física. Dormité entre contracciones, que eran mucho más soportables, y cuándo llegaban las acompañaba con dolor, dolía bastante, aunque sin dejarme tomar por él. Abría mucho la boca, dejaba salir un sonido de "aaaaaaaaaaaa" esforzándome en no tensarme, y dejaba que se fueran yendo, hasta la siguiente.

No sé cuánto tiempo pasé ahí, a oscuras metida en la bañera. Creo que no fue poco. Fue amaneciendo, comenzaba a entrar luz por la ventana el baño, aunque tímidamente, pues Kleber la había cubierto por la noche con una tela fucsia para que no entrara luz, en caso de que llegáramos hasta la mañana siguiente, lo que yo creía improbable. pero ahí estábamos, bañados por esa luz matinal que lo dejaba todo medio rosa, al pasar a través de la tela.

Con el día las contracciones se hicieron terriblemente fuertes. Es como si durante todo ese tiempo que permanecí en la bañera, mi cuerpo me hubiera dado una tregua para recuperarme, decansar y coger fuerzas para la fase final, que ya había comenzado. Mal conseguía no tensarme con cada contracción, a pesar de mis esfuerzos por abrirme, dejarme llevar, fluir con ellas, vocalizar para abrir mi garganta y, así, abrir también el paso de Alicia... Las "aaaaaaa" que pronunciaba eran, ahora "AAAAAAAAAAAA".

El dolor era intenso, y las contracciones no dejaban tregua entre una y otra. Era un dolor seco y duro, diferente a mis otros partos. Era un dolor bien localizado en mi cuello del útero, y no sólo se presentaba durante las contracciones, sino durante toda la dilatación, incluso durante todo el último mes o dos meses de embarazo, cada vez que Alicia se movía dentro de mí, apretando su cabeza contra mi cuello del útero. Recuerdo que unas semanas antes le había dicho a Ana Cris por facebook: "Puede que esté cerca el parto, estoy sintiendo un dolor diferente ahí dentro, pero no estoy segura de qué es, es raro, pues no es un dolor de contracciones", y ella me había respondido: "¿Algo así como un bebé moviéndose dentro de ti?". Bien, ese dolor estaba ahora en su máximo nivel. Alicia presionaba con su cabeza en mi cuello uterino y yo gritaba de dolor.

Fase final, el único tacto, y Ana Cris resuelve el "problema"


Salí de la bañera con ayuda de Kleber, me senté al borde de la cama (a dos metros de la bañera) y ahí me quedé, mal posicionada, como buenamente podía, porque las contracciones no daban tregua. Grité largamente tratando, todavía, de abrirme con cada contracción, y Ana Cris se despertó. Recuerdo que llegó corriendo hacia mí, yo debía estar con la cara descompuesta. Sentía que no aguantaba más. No quería dejarme tomar por el dolor, quería fluir, quería "hacerlo bien", pero estaba cada vez más difícil.

Kleber y mi madre ya estaban ahí conmigo también. Ana Cris me acompañó tal vez un par de contracciones así y me propuso hacer un tacto para ver en qué fase estábamos. Le dije que sí y ahí mismo, en el borde de la cama, sentada como estaba, me recosté y ella me exploró. Las contracciones no daban tregua, una detrás de otra, seguidas, dolorosas. Vino otra y se lo dije a Ana Cris, que seguía con los dedos dentro de mí. Me dijo que quería ver cómo mi cuello del útero estaba respondiendo a la contracción, y que si podía dejarlos ahí para comprobarlo. Le dije que sí. Me dijo que sería molesto, pero yo no pensaba que pudiera haber nada más doloroso en el mundo de lo que ya estaba sintiendo. Seguí con mis intentos de "AAAAAAAA" para abrirme.

Recuerdo perfectamente a Ana Cris concentrada con su mano ahí dentro, y decirme después que había algo en mi cuello uterino que estaba impidiendo que dilatara, algo que, con las contracciones, en lugar de abrirse, tiraba de él tensándolo. Algo como una cicatriz. Le dije que tal vez sería de los fórceps del parto de Paulo. Dijo que no, que algo más bien como una cauterización. Le dije que nunca me habían hecho eso. De cualquier forma, eso estaba ahí, ella lo estaba notando, y no me dejaba dilatar.

Estaba en 4 centímetros tras... ¿10 horas? en trabajo de parto, de mi tercer parto. Si estuviera en un hospital ya me estarían abriendo a cuchillo, o poniéndome oxitocina en vena como con Paulo. Ana Cris pidió permiso para hacer un masaje interno en esa zona con sus dedos durante la siguiente contracción, se lo di (¡claro!). De nuevo me advirtió que iba a doler, y yo pensaba "pobre ilusa, se piensa que puede doler más... haz lo que tengas que hacer, pero ayúdame". Dolió más, pero algo así como si estuviera doliendo un 100% y hubiera pasado a un 102%. Masageó y masageó, yo grité como venía haciendo con cada contracción, y ella me regaló la siguientes palabras, sonriente: "ahora está dilatando, estás en 7... Ya estás en 8". Sacó su mano de ahí, superado el contratiempo, y me devolvió el protagonismo de la parte activa para el desenlace final.


Creo que más o menos en ese momento Paulo se despertó. Vino a la habitación, le explicamos que Alicia estaba en camino y que ya faltaba poquito para que naciera y se quedó unos minutos observándome, sentado en las rodillas de Kleber, junto a mí, al borde de la cama, donde yo seguía. Les hice una foto, jugaron a escucharse el corazón con el aparato con que Ana Cris iba escuchando el corazón de Alicia para comprobar que todo iba bien y se puso un poquito a mi lado, a darme algún cariño. Me hice una foto con él y bajó a desayunar con mi madre. Poco después se despertó Adriano y el recorrido fue más o menos el mismo.

Mi madre atendía a los niños, Kleber me acompañaba y Ana Cris... Ana Cris debía estar pendiente, pero no la recuerdo "por ahí". No interfería.

Bloqueada por el "Déjà vu"

Empecé a sentirme débil, como cuando me dan hipoglucemias y tiemblo. Sin fuerzas, con mucha hambre. Exactamente igual que en el parto de Adriano. Me acordé del bocadillo de tortilla que quería haberme dejado preparado para ese momento, pues es lo que eché de menos en el parto de Adriano. Pero de nuevo no había tal bocadillo (gran fallo mío), con todo lo que había fantaseado con él. Así que le pedí a Kleber que me trajera algo de comer. No sé qué me trajo, no lo recuerdo, pero creo que algo trajo, y creo que lo devoré sin casi masticar. "Exactamente igual que en el parto de Adriano". Las contracciones no dejaban tiempo para mucho más.

Comí (creo), pero seguía débil. En ese momento entré en pánico, pues todo empezaba a repetirse: la debilidad física, el hambre, la flojera, las piernas que no me tenían en pie... Como digo, entré en pánico, pues si todo seguía tan "exactamente igual que en el parto de Adriano", probablemente también acabaría desmayada al final. Y Ana Cris no me iba a dejar en casa, seguro.

Ella propuso que volviera a la bañera para aliviar el dolor, me pareció buena idea, aunque sólo de pensar en recorrer esos dos metros que me separaban de ella me mataba de dolor. Les dije que las piernas no me sotenían, que no podía caminar hasta ahí. Ana Cris dijo que ellos me ayudaban. Kleber me sostuvo para ponerme de pie, y e ese momento sentí a Alicia queriendo salir ahí mismo, "exactamente igual que cuando fui a entrar en la bañera en el parto de Adriano".

Si ya estaba en pánico, ahora lo que sentía era puro terror. Si la dejaba, la niña salía ahí mismo. Sentía mi vagina estirarse hasta el máximo de dolor, sentía a Alicia bajando por ella milímetro a milímetro, no conseguía mover mis piernas con una niña abriéndose paso entre ellas. Recuerdo que grité, con terror. "¡¡va a nacer ahora!!" "¡¡Está naciendo ya!!", como si estuviera pidiendo que alguien hiciera algo para impedir todo aquello.

Kleber me sostenía y le dije de alguna forma que me llevara a la bañera. Con Adriano me quedé a medio camino, pues al levantar la pierna para entrar en la bañera fue cuando rompí aguas y se desencadenó todo esto. Esta vez quería llegar a entrar en el agua. Kleber dijo algo así como "si la sujeto aquí en pie, la niña nace", y yo le dije "QUIERO IR A LA BAÑERA". Me llevaron. No sé ni cómo conseguí arrodillarme en ella. Kleber, desde fuera, me seguía sosteniendo. Yo le miraba, apoyaba mi cabeza en sus piernas y gritaba. Ahora ya sí que no habá descanso. Yo solo gritaba, tomada por el pánico y el dolor "¡¡duele!! ¡¡duele mucho!!". Recuerdo que con Adriano ocurrió lo mismo.

Ana Cris llamó a Ana Paula y la escuché decir: "está naciendo". Poco después Ana Paula llegó, para mí se teletransportó, pero debió de tardar algo más de lo que yo sentía internamente, claro. Casi ni percibí cuando ella llegó. Ni si mi madre estaba ahí también o no. Me preocupaba que los niños se asustaran, pero confiaba en que entenderían lo que estaba ocurriendo, pues ellos ya sabían que cuando los bebés nacen las mamás pueden gritar. Habían visto vídeos durante todo el embarazo, sabían los motivos, la emoción, el esfuerzo físico y psíquico, el milagro de la vida.

Duelo entre la vida y el miedo

En ese momento estábamos librando una lucha brutal entre la vida y la represión, el miedo. Alicia quería nacer, me pedía paso con todas sus fuerzas, y yo se lo negaba con todas las mías. Ella me empujaba desde dentro, y yo apretaba todo lo que podía desde fuera. Me convencía a mí misma racionalmente de abrirme, sentía una necesidad brutal de empujar, fisiológicamente quería empujar, mi cuerpo empujaba a Alicia desde las entrañas, y yo le cerraba el paso en la mismísima salida. Apretaba el períneo y las piernas, presa del miedo. Mucho miedo al dolor de mi hija abriéndome por dentro, miedo a desgarrarme, miedo a que todo se repitiera y acabara desmayada. Y gritaba.

Estaba en manos de Kleber y de Ana Cris, que me decía que relajara las piernas. Yo intentaba hacerlo, racionalmente, pero visceralmente las apretaba. Kleber insistió de nuevo, hablando con Ana Cris, como si yo no estuviera, como si yo fuera un objeto pasivo, en lugar del sujeto activo de todo aquello: "si la levanto, la niña nace, Yo la sujeto levantada, y estoy seguro de que la niña nace". Recuerdo que le mandé callar, de malos modos y escuetas palabras, pues no lograba hablar más en esas condiciones. Fui contundente, y él paró de insistir. Yo le apretaba las manos, le mordía las piernas, quería morder algo hasta reventarlo.

Le dije a Ana Cris que tenía miedo de desgarrarme, me djo que etaba todo muy bien, que siguiera así, despacio, que tocara mi periné para sentir la tensión. No quise hacerlo. Entonces me dijo que por qué no probaba a recostarme, que arrodillada etaba apretando demasiado las piernas. No me sentía capaz de moverme, así que me ayudaron, con mucho dolor. Me senté, apoyada en el borde de la piscina, con Kleber aún aguantando mi peso desde atrás.

Quería llorar. Quería que Alicia naciera sin yo tener que ayudarla, quería quedarme ahí tumbada y que ella simplemente resbalara hacia afuera, dejarlo todo en manos de sus diminutas pero poderosas fuerzas. Quería que acabara todo aquello sin yo tener que hacer nada. Gritaba, dolía. Quería que vinieran mis hijos, pero nadie los trajo. Yo tampoco lo pedí, confiaba en que ellos etarían ahí, pues es lo que habíamos acordado.

Ana Cris me dijo que Alicia estaba ahí. "Tócala", como cuando Adriano empezó a coronar. Y tampoco quise hacerlo, como aquella otra vez. Seguía pasiva a todo aquello, mi cuerpo empujando sin yo hacer nada. Sentía que podía ayudar a que saliera en ese mismo momento, pero no quería hacerlo y no lo hice. Me dijeron que la tocara, que Alicia estaba ahí. no sé cómo me convencieron, pero acabé tocándola.

El milagro de tocar, al fin, a mi hija


En ese momento en que puse mi mano en mi vulva y sentí, resbalosa, la cabecita de mi niña a las puertas de mi vagina, el resto del mudo desapareció de mi consciencia. Desapareció el miedo, desapareció el dolor... es como si solo estuviéramos en el mundo mi vagina, su cabecita y mi mano.

Todas las terminaciones nerviosas de mi cuerpo se concentraron, con sus cinco sentidos, en la palma de mi mano y en la punta de cada uno de mis cinco dedos. Con ellos podía sentir, oler, escuchar, ver y saborear a mi niña. El tiempo se paró mientras yo exploraba esos centímetros cuadrados de cabecita como si nada más exitiese.

Está grabado en mi memoria el calor que dseprendía, sus pelitos mojados, su orejita doblada, a medio salir. Sentía y exploraba su carita, saliendo de mí, como el mayor tesoro de mi vida. Intentaba avidinar a qué parte de su cara se correspondía cada centímetro que yo tocaba. Y tocaba mi períneo, tenso y estirado, deseando que se abriera más para dejarme descubrir lo que estba por salir aún.

Con la siguiente contracción al fin unimos nuestras fuerzas mi dulce Alicia y yo, ella empujó y yo empujé, dejé de luchar contra la vida, y simplemente la dejé poseerme, me entregué a ella feliz, emocionada, poderosa. Entonces Alicia nació. Mi niña nació a las 8:18h del 10 de marzo de 2012, completamente cubierta de vernix. La abracé emocionada. Entonces los niños vinieron.

Estábamos todos: Kleber, los niños, mi madre, Ana Cris, Ana Paula, Alicia y yo.

La abracé, la miré y la amé en ese mismo instante, en que no conseguía atender a nada ni nadie más.

Tiempo de impronta, reconociendo a mi cría

Algo después me ayudaron a salir de la bañera, con mi niña en brazos, aún unida a mí por el cordón umbilical. Me secaron y me tumbé, nos tapamos juntas, desnudas, cansadas, vivas. Me dolía mucho el períneo. Ana Cris lo miró y estaba bien, salvo un pequeño desgarro que tampoco necesitó puntos, "exactamente igual que en el parto de Adriano".

No, no me desmayé, ni sangré demasiado, ni necesité a inyección de oxitocina para contraer rápidamente mi útero, que Ana Cris había propuesto. Mi niña senenganchó a la teta por si sola. Tumbada boca abajo encima de mí, tal vez yo la acerqué al pecho, pero ella solita lo encontró y se enganchó, y mamó por mucho tiempo.




Poco después comenzaron de nuevo las contracciones para alumbrar la placenta. Me creí morir, ¡¡aquello ota vez no!! pero ahora nadie empujaba nada sobre el cuello de mi útero. En la primera contracción sentí un potente reflejo de eyección que lanzó disparada mi placenta fuera de mí sin que yo hiciera nada conscientemente. Hasta Ana Cris se sorprendió. Creo que yo no quería alargar aquello ni un poco más, así que la puse fuera en unos segundos. Estaba todo perfecto.

No sé si fue antes de aquello o después cuando Paulo, con ayuda de Kleber, cortó el cordón umbilical. Ya no latía, con seguridad Alicia no iba a sentir ninguna asfixia pues su aporte de oxígeno llegaba completamente a través de su respiración pulmonar, y no ya por el cordón umbilical.

A partir de ahí todo ha sido enamoramiento en esta casa. Como digo, Alicia vino al mundo porque le dio la gana, y ha traído todo el amor, paz y felicidad que le faltaba a esta familia para completarse. Es como si ella fuera la pieza que completaba el puzzle. Ahora todo encaja. La amamos y nos amamos más que antes de que ella llegara.

Gracias mi niña, gracias por existir. Gracias por transformarnos. Gracias por venir al mundo y gracias por haberlo hecho de esta manera tan salvaje y emocionante. Te quiero Dulce Alicia.

Alicia, con 1 día



Prohibida la reproducción total o parcial de este artículo sin el consentimento de la autora:

Elena de Regoyos

-Doula de puerpério e coach parental
-Consultora de slings e amamentação

www.mamaedoula.blogspot.com

jueves, 7 de junio de 2012

Se não deixamos chorar os nossos maridos... Por que os nossos filhos merecem menos respeito?

Tem pela net um texto maravilhoso, anônimo até onde eu sei (me desculpe o possível autora/a se não é assim, colocarei com prazer o seu nome embaixo se assim me é indicado), para ensinar aos maridos a se comportarem, do mesmo jeito ensinamos aos nossos filhos a dormirem sozinhos.

Grande paródia do triste "Método Estivill", explicado no livro "Nana Nenê", que com certeza nos fará refletir.

O "Método Maridill" (tradução livre por Elena de Regoyos, desculpem os possíveis erros)

Eba chicasssss, que legal gente, da hora, vou casar! Pois é, já falta pouco menos de um mês, demais! Tenho já tudo pronto, o vestido, hora marcada no salão para as luzes e os cachos no cabelo. Que lindo tudo! Meu futuro esposo também está bem empolgado.

Para preparar bem a minha vida de casada andei lendo alguns livros e recebendo opiniões e dicas de amigos e familiares. Finalmente decidi que sim, vou seguir com o meu marido o Método Maridill. O que eu ainda não tenho completamente claro é se tenho que fazê-lo desde o primeiro dia ou começar uns dois ou três meses depois do casamento...

O Metodo Maridill consiste em ensinar ao seu marido a transar ele sozinho. Parece serque tem mulheres que são umas acomodadas e não ensinam o método para eles e, é claro, aí estão as coitadas tendo que transar com os maridos... Eu acho que prefiro me sacrificar um pouco e ensinar ele, e a pesar de que no comecinho ele pode não gostar, vai acabar se acostumando.

É bastante fácil, só precisamos de uma boneca inflável bonita (tem umas de marca que são umas fofas), que seja suave e cálida, o mais parecida possível ao corpo de uma mulher. A primeira noite, quando o seu marido queira te beijar ou abraçar... Até ir além disso... você tem que explicar com calma para ele, mas sem perder a firmeza, que você vai lhe ensinar a dormir com a bonequinha, que é pelo bem dele. No começo pode parecer meio duro, mas vale a pena, porque imagina só se o seu marido se acostuma a transar com você! Daí você já vai ter que estar pendente dele, e se arrumar, e dale beijos e carícias... Com o tanto que eu madrugo. Acontece que eu tenho que acordar muito cedo para ir trabalhar, e de noite eu não posso estar me ocupando dele.

Bom, é isso aí, você lhe explica que o ama muito e que por isso vai lhe ensinar que é ele sozinho que tem que transar com a boneca inflável, que ela nunca vai lhe falhar, nem vai reclamar de dor de cabeça nem nada assim. Tem maridos que se resistem mais do que outros, alguns até ficam bravos e dizem que não, que com quem eles querem transar é com você, mas não vá se render, heim!! Se você é firme, vai consegui-lo... E vai ver só que bom. Desse jeito as noites vão ser só para você, sem ter que andar pensando em tirar a roupa, que depois tenho que pôr de novo, nem se descabelar...

E ao final, para os maridos é uma sorte, porque uma vez se acostumam ao plástico, menina, eles estão encantados.

Já sei já, que tem uma mulherada de loucas hippies que não querem as bonequinhas... dizem que isso não é natural e passam a vida transando com os maridos. Que paciência! Deixa com elas... Eu ao meu marido vou lhe fazer o Método Maridill, desse jeito, se algum dia eu tenho que sair de viagem no trabalho, ele não vai sentir saudades, e principalmente não vai lhe criar dependência a ter que estar sempre dormindo comigo. Que eles se acostumam e depois... uffa!

Claro, que depois do nosso mega casamento vai chegar a hora de... Tentar ter um bebê. Mas o que você quer que eu lhe diga?Eu acho que hoje em dia, com os avanços que temos de inseminação e fecundação in vitro, é uma escravidão ter que estar transando como animais. Quando sentir vontade, então marco uma consulta na clínica e eu vou num horário bom para mim. Isso da cópula é um atraso.

E que não me venham as radicais essas que transam cada dia com o maridão com que eu amo menos o meu marido do que elas ao seu. Nada disso, eu amo o meu marido mais do que ninguém, e se eu lhe ensino a transar com a bonequinha dele é pelo bem de todos nós, mas o dele primeiro de todos.

Mas, para falar a verdade... também é bom para mim, porque desse jeito poderei seguir dormindo como antes de casar: com a minha fraldinha, a minha chupeta e o meu bonequinho especial.
--
Continuando nesta linha, aproveito para colocar aqui um vídeo de um ótimo comediante espanhol.

E se a gente tratasse os adultos do mesmo jeito que tratamos as nossas crianças?

Deixaria o seu pai, velho, chorando na cama, quando está te chamando?

Diria para um adulto que cai na rua “não foi nada, você é forte. Não chora, não, que isso é de menininha”?

E se visse alguém querendo roubar o carro de um outro... Diria para ele que “essa não é forma de fazê-lo, tem que pedi-lo por favor”, e uma vez pedido, você pegaria a chave da mão do outro para entregá-la ao ladrão, ainda lhe dando bronca ao dono do carro por não querer compartilhar e prometendo um sorvete de consolação?

Parece piada, parece brincadeira... Mas para os nossos filhos não tem graça nenhuma quando lhes tratamos com essa falta de respeito. Asistam: