Páginas

jueves, 2 de julio de 2015

Guia de portabebês: o pouch sling

Me perguntam inbox pelo pouch sling, o que eu acho dele, se o indico e como deveria ser usado. Ai vai, então:

O pouch é um portabebê muito útil e prático quando o nosso bebê já senta sozinho. Ele não tem sistema de ajuste, portanto não podemos usá-lo com um bebê menor de aproximadamente 6 meses, que ainda não tem controle da coluna e que, portanto, precisa de um ajuste preguinha por preguinha ao longo de todas as costas. Isso o conseguimos apenas com o wrap sling ou com o sling de argolas.

Por este motivo, este artigo não tem fotos de uso correto com bebês recém nascidos ou que ainda não tem controle da coluna (sentam sozinhos) dentro do pouch sling, pois eu não indico este portabebê para eles, e não acho que exista uma forma adequada de usá-lo nesta primeira fase.

Por não permitir ajuste, também não indico o uso dele por tempos prolongados, pois o mais frequente é que fique algo frouxo na parte superior, a que seguraria a parte mais alta das costas do bebê. Dessa forma, por manter o bebê algo afastado do nosso corpo, vai deslocar nosso centro de equilibrio, nos obrigando a curvar a coluna para atrás, compensando esse efeito, o que pode nos produzir dor lombar.

Seria um portabebê de apoio, complementar, para usos rápidos, momentos em que precisamos de praticidade. Por exemplo: recolhendo as coisas do parque e levar isso todo ao carro: bebê/criança cansada, sacola de brinquedos, nossa bolsa... Tempos mais prolongados podem gerar dor de costas para quem carrega.

A forma de uso o pouch sempre vai ser na posição fisiolôgica de côcoras. Vertical, com os joelhos mais altos que o bumbum, peso no bumbum e tecido de joelho a joelho fazendo um asento profundo. O bebê deve ficar numa altura confortavel, e não muito baixo. A altura confortavel costuma ser aquela em que podemos lhe dar um beijo na testa sem bater o queixo. Caarreguem o peso no ombro e não na cervical.

Para comprar um pouch, escolham sempre os que menos acolchoados, elásticos e outros artificios tiverem. E se podem testar antes, melhor, pois por não ter sistema de ajuste, o melhor é aquele que realmente fica bem no nosso tamanho e no do bebê que vamos carregar. Pensem que o bebê vai crescer, portanto provavelmente vai perder o pouch... Eu não o considero tão prático, considerando todos estes motivos.

Desindico usar o pouch assim

Bebê na horizontal, deitado: pode acarretar risco de asfixia. Tem modelos de pouch como os da foto embaixo que foram proibidos em alguns paises por casusa de bebês terem falecido dentro deles. Isso é porque só permitem que o bebê seja carregado na horizontal, e na horizontal o tecido empurra a cabeça do bebê contra o peito, o que pode fechar as vias respiratórias do bebê. O queixo do bebê JAMAIS deve encostar no peito dele mesmo. Carregar bebês na horizontal (no pouch, sling de argolas, wrap...) pode causar esse efeito, por isso devemos evitá-lo.








Vejam os pouchs perigosos e inadequados, e as formas de uso incorretas:

















Elena de Regoyos para mamaememima.com

Compartilhe citando fonte e link original

martes, 9 de junio de 2015

Regras de segurança básicas para o uso de qualquer portabebê

Regras básicas para o uso adequado e seguro de qualquer portabebê. Podem ver tudo explicadinho em detalhe, com demonstrações, neste vídeo:

Regras de segurança básicas para o uso de qualquer portabebê:


Em resumo, seria isso ai:

NUNCA
-Carregue o bebê com as pernas esticadas.

-Carregue o bebê horizontal: risco de asfixia!
-Cubra toda a cabeça do bebê com o pano, rosto sempre visível!
-Deixe o tecido pouco ou mal ajustado.
-Carregue o bebê baixo, deslocando seu centro de gravidade.
-Sobrecarregue suas cervicais com o pano, leve-o aos ombros.
-Carregue o bebê virado para a frente, nem sequer na posição "de budinha".





SEMPRE

-Favoreça no bebê a posição fisiolôgica de côcoras (joelhos mais altos que o bumbum! Pernas em forma de "M").

-Respeite a curvatura natural da coluna -em formação- do bebê, em forma de "C".
-Coloque o bebê à altura dos seus beijos, sem que o seu queixo bata nele.
-Ajuste o tecido firmemente preguinha por preguinha para dar suporte a cada vértebra do bebê.
-Verifique que o bebê nao tem o queixo encostando no peito dele, e que as vias respiratorias estão livres.
-Escute seu próprio corpo (possíveis desconfortos em coluna, pescoço, assoalho pêlvico...), e consulte um profissional em caso de dúvida.
-Respeite a vontade (ou "falta de") do seu pequeno de ser carregado nessa hora.





Por Elena de Regoyos para mamaememima.com
Compartilhe a vontade, citando fonte original!

sábado, 14 de marzo de 2015

Caraterísticas dos diferentes tecidos para uso de porta-bebê

Desde que o mundo é mundo, e desde que o ser humano é bípede (provavelmente antes disso também), nossa espécie se serve de panos, cipós, couros, peles e o que achar mais adequado para carregar os bebês de forma prática e mais confortável.


Bem, partindo disso, qualquer material serviria como porta bebê? A principio sim. Da mesma forma que qualquer material serviria de sapato, e temos alguns de altissima qualidade feitos com materiais desenvolvidos específicamente para isso (esportistas sabem bem disso), outros mais simples. Inclusive vemos fotos nas redes sociais de pessoas usando, a modo de chinelo, uma garrafa PET.

Hoje em dia tem grandes marcas com grandes departamentos de pesquisa, dedicados a estudar sobre a idoneidade de certos tecidos para carregar bebês, e a não idoneidade de outros. Isso se chama “profissionalizar”. Experiência, prática, pesquisa (engenheiros têxtis no campo), testes de resistência, laudos, profissionais especializados em ergonomia e fisiologia do bebê e do adulto que carrega.

Todo um submundo de mães, empresas, grandes marcas, assessoras e apaixonadas do babywearing ao redor do planeta testando, opinando, estudando, desfrutando, compartilhando materiais, analisando gramaturas de tecidos, tecelagens e dezenas de outros detalhes, que fazem da arte do babywearing algo realmente muito sério, além de muito gostoso.

É a recuperação de uma das artes milenares mais lamentavelmente perdidas no Ocidente.

Interesses do produtor vs Interesses do usuário

Neste mundo do babywearing tem duas partes: os usuarios  e os produtores/vendedores por outro.

Os produtos estão no mercado, todos: os bons, os ótimos, os menos bons, os ruins, os caros, os baratos, os quase de graça... Isso acontece em todas as áreas: na construção, na roupa, nos alimentos!

O consumidor/cliente tem direito de escolher, e a produtora tem direito de produzir. 

Mas quem compra tem direito de escolher sabendo o que está escolhendo, com suas vantagens e suas disvantagens: tem tijolinho compacto, tijolo furado, tijolo de concreto... Todos eles servem para construir paredes de casas, mas não todos eles oferecem a mesma qualidade e caraterísticas aos muros. Também eles tem diferentes preços. O produtor é livre de produzir quais quiser, e o cliente escolhe sabendo da funcionalidade de cada um.

Todos somos livres: o usuario de comprar o mais barato (porque não quer ou porque não pode gastar mais), e o produtor de produzir. Mas a informação sobre qualidades deve ser honesta e real.

Podemos, portanto, usar um lençol, toalha, pashmina ou echarpe como portabebê? Podemos. Muitas vezes dão melhor serviço do que porta bebês feitos específicamente para isso. Em ocasiões de precisar uma solução emergencial quebram um bom galho.

Falemos de tecidos para porta-bebê, então:

MALHAS 

Tecidos feitos a partir do trançado de um único fio, como se fosse um tricô. Pense na sua camiseta, ou em uma calça leggin. Um único fio vai se enganchando sobre si mesmo conformando o tecido.

-Cotton:

Cotton
Alta porcentagem de algodão (mais do 90%) completada com elastano. O preferido de muitas famílias por seu aconchego e gostosura ao toque. Mais quente que outros. Suave, acolhedor, parece um segundo útero. Ideal para os primeiros meses. 

Por volta dos 8-10kg começa resultar mais confortável usar um wrap tecido com mais suporte, ou já passar a portabebês mais práticos adequados a bebês grandes, como as mochilas ou mei tais.

Uma das grandes vantagens deles frente a wraps não elásticos é o fato de podermos fazer pré-amarrações (clique para ver o vídeo), que nos permitem colocar e tirar o bebê de lá dentro sem desfazer a amarração. Isso nos permite sair de casa com o wrap já amarrado e, chegando ao destino em carro, poder colocar o bebê dentro sem ter que arrastar as pontas dele durante a amarração em um estacionamento, por exemplo. Isso só o permitem os wraps elásticos (clique aqui para ver por quê não daria certo com um wrap sem elastano). Não podemos fazer isso com um wrap sem elastano, e pretender que fique bem ajustado, porque para conseguir colocar o bebê dentro do wrap já amarrado que não se estica, devemos deixa-lo frouxo, senão não cabe. E se está frouxo, não da sustentação. E a sustentação adequada é fundamental para um babywearing de qualidade.

-Malhas de algodão (NÃO INDICO)

Malha algodão
Seriam os denominados wraps semielásticos. Mesmo não tendo materiais elásticos na sua composição, a tecelagem em forma de malha faz com que esse pano estique. É um tecido de camiseta, de maior ou menor grossor. Ela não estica se você puxa de um extremo? Isso ai.

Algumas marcas internacionais fazem wraps de malha, porém de sendo uma malha de altissima qualidade, e de uma gramatura muito alta (quase um moletom), o que faz com que consiga dar um suporte bastante adequado nos primeiros meses. Isso sim, com menor capacidade de ajuste fino do que um wrap elástico (fica mais ajustada coma calça com elastano do que uma que não tenha, certo?).

As malhas de algodão conhecidas como "fio 30", usadas para elaboração de camisetas, não me parecem em absoluto adequadas para elaborar carregadores de bebê, pois a malha não é um tecido feito para suportar carga. Ela pode acabar laceando, se deformando, e não permite ajuste fino nem da bom suporte. Da mesma forma que não confeccionaríamos uma bolsa de malha para fazer feira, porque se deformaria com o peso do conteúdo, e não daria um suporte adequado, não indico carregar um bebê nesse tecido.

Imaginemos uma camiseta, e agora imaginemos um melão sendo carregado diariamente nessa camiseta. O peso do melão não iria deformando a camiseta? Substitua o melão por um bebê.

Eles podem até ser considerados mais frescos, por serem mais finos, e também são 100% de fibras naturais, o que pode ser apresentado como grandes vantagens. Mas o fato de serem mais finos traz dois problemas:

1. Por ser mais finos, além do laceamento natural da malha, são menos firmes no suporte, o que nos obriga a tensionar muito se queremos colocar o bebê de forma adequada, sem perder a posição de cócoras e dando suporte à coluna em forma de C. Isso faz com que o tecido possa acabar se cravando tanto nos nossos ombros quanto atrás das perninhas do bebê. Pois fica uma corda fina apertando essas áreas. Podemos, para evitar isso, despregar o tecido, e assim aliviar essas áreas. Mesmo assim, o suporte não costuma ser adequado além dos primeiros três meses, aproximadamente.

2. Pelo fato do suporte ser mais deficiente, nos vemos obrigados a fazer amarrações de mais camadas para reforçar. Portanto, acabamos usando várias camadas de tecido, o que já não resulta tão fino. Talvez fosse preferível um tecido de melhor suporte, que nos permita fazer amarrações de uma única camada, o que acaba resultando, ai sim, mais fresco.

Os wraps semielásticos, ou de malha, pioram a capacidade de ajuste quando vem com um quadrado de tecido costurado no meio deles, pois geralmente é usado um tecido plano, não de malha, nesta área, o que impossibilita o ajuste dessa parte, que casualmente é a que segura o bebê. A costura trava a possibilidade de tensionarmos de forma adequada.
Pessoalmente, não investiria em um wrap deste tipo.

Malha fria poliamida
-Malha de poliamida:

A malha de poliamida com elastano, em proporções similares às explicadas para o cotton, se comporta de forma muito similar a éste, porém com a vantaem de ser mais fresco. Ele é também mais escorregadio. Permite as mesmas amarrações do cotton, e também tem limite de peso por causa da elasticidade. Depdendendo da gramatura aguentará mais peso ou menos. Tem malhas de poliamida bem mais grosas que suportam uma criança relativamente grande (15kg de boa), e não resultam muito quentes a pesar de serem mais grosas pois a poliamida é mais fresca do que o algodão. É uma ótima opção para quem adora os elásticos e o bebê já cresceu.

-Dry fit:

Dryfit poliamida
Geralmente feitos em poliester ou poliamida, podem ser feitos também com ou sem elastano. Para uso em porta-bebês são indicados os elaborados em 100% poliamida, sem elastano. Nesse caso resulta transpiravel e muito fresco, gostoso ao contato com a pele e com ótimo suporte. Por não ter elastano, é considerado semi-elástico, portanto também permite fazer preamarrações.

Apto desde o primeiro dia, tem uma ótima capacidade de suporte, porém, ao ser um tecido muito fino, pessoalmente não me resulta confortável carregar crianças de mais de 12 kg nele, já que falta "acolchoado" nos ombros (mesmo abrindo as faixas para não ficar como uma corda), e a criança também pode reclamar de dor atrás dos joelhos. É o preferido das famílias mais calorentas ou aquelas que vão viajar a praia ou usar muito piscina ou chuveiro com o bebê pendurado, pois pode molhar e seca rápido. Preferível usar também com amarrações de mais de uma camada.

Os dryfits de poliester (material bem mais barato, e por isso o escolhido por muitas fabricantes) resultam mais ásperos, mais quentes (a pesar de finos e furadinhos) e cedem mais com o uso. Não os indico. Os dryfits com elastano, seja poliamida ou poliester, também não dariam um suporte firme.

TECIDOS PLANOS:

Tecidos feitos em tear, seja éste mecánico ou manual. São tecidos elaborados pelo entracruzamento de fios na vertical (urdume) e fios na horizontal (trama). Podem resultar mais finos ou mais grosos, mais densos ou mais leves (dependendo das batidas no tear, a trama ficaria mais ou menos fechada), e com diversos desenhos e formas de ir passando a trama no urdume.

-Tricoline, brim, sarja normal... (NÃO ADEQUADOS)

A principio são opções muito pouco adequadas, pois apresentam escasa maleabilidade diagonal, o que impede de ajustarmos o wrap prega a prega conforme as curvas do bebê. Ou fica faltando suporte (geralmente na cervical do bebê), ou apertamos demais, resultando cortante (pescoço e atrás dos joelhos), e desconfortável nos nossos proprios ombros. Como você se sente quando usa uma camisa de botões muito ajustada? Não da sensação e que não consegue se mexer direito? Que aperta sem conforto? Uma camiseta ajustada de esporte, por exemplo, já cede, né? Mas os tecidos planos resultam muito rígidos, portanto além de desconfortáveis, seriam inapropriados para respeitarmos a posição fisiológica do bebê.

-Sarja cruzada, diamante ou chevron:

Oferecem o suporte perfeito para carregar bebês: Não cedem na vertical ou horizontal, oferecendo um suporte ótimo, sem efeito rebote. Porém nas duas diagonais eles cedem, se amoldando as curvas e ao movimento do portador e do bebê, oferendo segurança, conforto e aconchego.


Permitem carregar bebês e crianças de qualquer tamanho ou idade, e dependendo da gramatura e composição podem chegar a aguentar centenas de kg. Portanto você pode carregar seu filho nele até não querer ou aguentar mais. E uma vez não sendo mais porteado, vocês podem fazer com ele uma rede ou um balanço para continuar disfrutando dele em casa. Adultos inclusive!

Geralmente são feitos em algodão, porém algumas marcas misturam fibra de algodão com outras como linho, cânhamo, bambu, seda ou até lã, outorgando a esses wraps novas qualidades quanto a suporte, frescor, calidez, brilho, etc.

São muito transpiráveis, e portanto geralmente os mais frescos (salvo alguns modelos mais grosos) e permitem um ajuste perfeito, pois uma vez tensionado, o tecido não se afrouxa. Ele também não se dobra sobre si mesmo nem se enrola nas bordas, portanto resulta muito confortável, não ficando, uma vez amarrado, um tecido em forma de “corda fina” nos ombros do portador, ou sob as coxas do bebê.

O grande poder de sustentação fazem deles mais frescos também porque não precisamos de amarrações de várias camadas para dar suporte firme, podendo usar amarrações tipo canguru ou outras que sustenham o bebê apenas com uma camada de tecido. Resulta firme apenas com ela, e também mais fresco.

Quanto mais o usamos, mais suave, maleável e gostoso ao tacto resulta. Em lugar de perder qualidades com o tempo de uso, ganha nelas!

Sarja cruzada
1. Sarja cruzada: 

Foi desenvolvida nos anos 70 pela marca de portabebês alemã Didymos, é um tecido fabricado práticamente só para uso com portabebês, no mundo inteiro. Ninguém produz sarja cruzada avulsa, que você consiga comprar nas lojas. Os fios da trama são colocados no urdume de tal forma que não fica parecendo um macarrãozinho diagonal completamente (como a trama de uma sarja normal, como a da sua calça jeans), senão que o macarrãozinho começa subir, e poucos fios depois desce, para subir de novo, e descer novamente. Isso traz uma maleabilidade ideal para carregar.

Sarja diamante
2. Sarja diamante:

A sarja diamante é algo muito parecido à sarja cruzada, só que a trama faz desenhos romboidais, seguindo o mesmo principio: o macarrãozinho diagonal começa subir, depois desce, e vai formando rombos com o proprio fio.

Chevron
3. Chevron:

O chevron, da mesma forma, faz desenhos de zig-zag, apresentando também caraterísticas similares. Geralmente os wraps feitos com esta trama resultam mais fofinhos e arejados, muito gostosos.

-Handwovens

Handwoven significa "tecido a mão". Nos teares se produzem tecidos desde faz milhares de anos. Existem teares das mais diversas formas, dsde oa msia simples (podem ser fabricados em casa), até os de pedáis, podendo ser muito complexos! Os tecidos produzidos neles resultam muito variados.

Tear manual para MamaÉ me mima

A industria fez com que o tear deixasse de ser um ítem tão presenta nas casas ou comunidades, porém no mundo do babywearing está se recuperando esta arte para a produção de carregadores de bebês de altissima qualidade. Entendidos como obras de arte, artesania de primeira qualidade. Kilometros de linha usada para um único wrap, cada fio colocado no lugar correspondiente pela artesã, que dedica dias a produzir um único pano, escolhendo cada cor e trama, e colocando toda sua energia nele.

Wrap MamaÉ sendo tecido manualmente
Dependendo da trama escolhida, as cores, materiais e experiência da tecelã, podem resultar em verdadeiras obras de arte, com altissimo valor no mercado, e com certeza com qualidades ideiais para usar com nosso bem mais preciado.


viernes, 13 de marzo de 2015

O que é esse tal de "babywearing de qualidade"?


Vocês devem ter percebido que eu ando falando e pregando o tal de "babywearing de qualidade". Ô slogan bonito, né? Pois é, porque carregar um bebê é coisa seria, além de coisa gostosa, convenhamos.

Pensemos em sapatos, um produto que a gente tem em quantidade e usa cada dia. Nos ajudará entender a analogia: Quantos você tem? São todos iguais? Só muda a estética ou também a praticidade deles? Você vai usar um tenis para fazer esporte, e um chinelo para ir à piscina, e um salto alto para ir em um casamento, uma bota se está chovendo e assim por diante.

Não vamos correr uma maratona de chinelo, e nem vamos ao casamento com um tenis de correr ou saimos na chuva com aquele salto alto chique. Da para fazer? Sim, claro! Nada é proibido e viva a diversidade! Mas a priori não seria o mais apropriado porque além das nossas preferências, cada tipo de sapato é mais funcional para uma finalidade específica.

Dificlmente vamos achar um sapato que supra todas as nossas necessidades. Dificilmente vamos achar um portabebê que supra todas as nossas necessidades. Cada um deles será mais apropriado para uma determinada circunstância e/ou pessoa. Vamos usar ele práticamente todos os dias por alguns anos. Sim, por anos, o bebê cresce e ganha indepenência, mas ainda vai precisar de colo em muitas ocasiões, por anos, isso se não chega um irmãozinho, e começamos de novo.

Então, vai ser um produto de necessidade digamos que básica por alguns anos no nosso dia a dia. Não seria tão maluco assim ter mais de um, pensando naquela analogia com os sapatos, né? Inclusive por estética, sim ("hoje prefiro uma cor clara", "hoje vou mais de alegria rainbow style"), o portabebê será nosso vestuário diario por um bom tempo, práticamente o que mais vai ser visto da nossa roupa. Se compramos várias camisetas, várias blusas, vários pares de sapatos, porqus os usamos a diário, o que há de estranho em ter mais de um(s) portabebê(s)?

Mas vamos lá. Além da utilidade prática de cada um, você terá preferências pessoais, e provavelmente use o tenis para muitas mais coisas, ou não, talvez você seja mais de sapato chique "antes morta que simples".

Entendido isso, você pode ser mais de tenis bom, ou talvez queira economizar e compre aquele que descola a sola quando chove, da chulé ou detona seu pé quando está correndo porque não tem flexibilidade. Sendo consciente, tudo bem. Tem de tudo no mercado. Sempre.

Então, é isso: temos a utilidade de cada sapato, temos as preferências pessoais e temos também as qualidades dos materiais e da produção.

Ainda falta um último ponto, o uso deles. Claro que a gente não faz cursos para aprender usar um sapato (alguns até podia, viu?), mas entendamos que não estamos falando de sapatos, e sim de artilugios para carregar nosso bem mais precioso: nossos bebês. Então, este último ponto é o uso que fazemos desse produto.

Se nossa sociedade perdeu culturalmente a tradição de "portar bebês", de praticar o "babywearing" (vestir o bebê), e agora nos vemos com metros de tecido de diferentes formatos querendo recuperar essa necessidade de contato com nossa cria, é lógico que aprendamos a fazê-lo de forma correta com quem tem se formado para esse fim, pois lamentavelmente não temos mais ancestros para imitar nessa arte milenar. Acreditem, tem MUITO estudo ao respeito, estudos sérios, rigorosos, com evidências. 

Publicação do International Hyp Displasia Institute (Instituto Internacional de Displasia de Quadril)

O corpo desse bebê está em desenvolvimento, coluna, quadril e cérebro deles em fases muito primitivas, e precisando de cuidados primorosos. Podemos errar e muito. Na forma em que os colocamos, no tecido mais adequado (não apenas para não passar calor, senão para permitir que respire, que dê suporte sem esmagar, etc).

Portanto, babywearing de qualidade é aquele que fazemos com consciência: sabendo quais os tipos de portabebê, as peculiaridades de cada um, conhecendo os tecidos, aprendendo a usar cada um deles, se informando sobre a fisiologia do recém nascido, assim como a do adulto que carrega (cuidado com esse assoalho pélvico, as lombares, as cervicais, a caixa torácica oprimida...).

Vamos slingar com consciencia? Será muito mais prazeroso. Procurem um bom profissional, cada vez tem mais! Se você não conhece nenhum na sua cidade ou estado, fique a vontade de me perguntar, ficarei feliz em poder te indicar alguém.


Elena de Regoyos para MamaÉ Me Mima 
(www.mamaememima.com)
Divulgue a vontade, cintando a fonte e link original.


-Sou formada como assessora de babywearing pela escola Mimos y Teta da Espanha, com anos de experiência e formadora de assessoras no Brasil.

-Veja mais sobre os diferentes tipos de portabebês neste link.

-Saiba mais sobre a necessidade de ser carregado durante a exterogestação clicando aqui.

-Informe-se sobre as nossas assessorias aqui.

-Se vocÊ quer ser assessora de babywearing, informe-se aqui.

-Veja aqui muitos mais artigos sobre babywearing publicados no meu blog.