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domingo, 25 de septiembre de 2011

Benefícios do aleitamento prolongado. Até quando posso amamentar o meu filho?

Quantas de vocês já foram questionadas pelo fato de amamentar “ainda” aos seus filhos?

Algumas sofremos isso perto dos 6 meses do bebê, outras a partir de então, e nem que dizer de um filho que já nem é considerado socialmente mais “bebê”, senão que passa ao status de criança (as vezes a partir do primeiro ano, outras depois, depende dos olhos do “opinólogo” em questão).

E quantas vezes a gente mesma se perguntou... “Realmente é bom isso de dar “ainda” de mamar no peito o meu filho, ou será que eu estou um pouco obsessionada com isso “da teta”?” “Será que ainda serve para alguma coisa, sendo que ele já come quase de tudo?”, ou mais além... “Será que se eu acabo com “a teta” ela comera, finalmente, de tudo?”

E emocionalmente? Quantas vezes já nos disseram que esse menino vai ir à universidade pendurado na sua teta”, ou mais cruel até: “Você esta fazendo dessa criança uma pessoa insegura e excessivamente dependente de você, com tanto mamar no peito e tanta manha”. Bendita independência das crianças, né? Não é um pouco obsessivo isso da "independência" de uma criatura que é obviamente dependente dos adultos, tanto física quanto emocionalmente? Por que essa obsissão pela independência temprana das crianças? Bom, mas esse aí é outro asunto, voltemos ao aleitamento.

Tem pessoas até que falam diretamente para o menino ou menina em questão, sem vergonha nenhuma: “Solta isso já!! Isso é caca!!”, ou “Tão mocinha assim e ainda mamando no peito? Você já esta muito grande”, ou até culpabilizando eles (que comum isso da culpa, já desde crianças, né?): “Deixa a sua mãe descansar um pouco menino! Você esta sugando ela, solta essa teta já e vai brincar!”.
Tanto em uns casos quanto nos outros, só me vêm uma coisa à cabeça: QUANTA INSENSIBILIDADE!


E é claro, quanta falta de respeito, entrando em assuntos da intimidade familiar assim com essa liberdade auto-otorgada, não é? Vocês imaginam alguém falando para um adulto que caminha de mão dada com a sua esposa na rua: “Solta a mão dela já meu Deus, todos os dias o mesmo passeio de mão dada!! Deixa ela respirar um pouco, ela precisa de espaço para ela! Não é saudável para vocês caminharem sempre juntos, vocês têm que fazer planos separados às vezes”. Imaginam? É assunto de quem isso aí? Mais uma vez, paresce que com crianças todo o mundo pode opinar abertamente, e até ofensivamente e fazer ou dizer coisas que seriam impensáveis no caso de serem feitas para um adulto.

Preconceitos prévios

Reconheço que até eu mesma, hoje firme defensora do aleitamento, me estranhava quando sabia de alguém que dava de mamar ao seu filho ou filha de... sei lá, 4 anos? Amamentei meu primeiro filho até os seis meses e não continuei por falta de informação, o que me produz uma imensa pena e frustração. Com o segundo, que nasceu pouco depois, tinha claro que eu ia amamentar “bastante”: “pelo menos até o primeiro ano”. E olha que isso aí já era considerado “maluquice” por não poucas pessoas! Mas depois você esta aí no dia a dia, amamentando ao seu filho, e chega o primeiro ano e ele continua mamando, e você nem pára para pensar que “já deu”. A coisa vira natural, normal como o que realmente é, um vínculo nutritivo e afetivo que continua, e que não tem por que parar se nenhum dos dois implicados sente essa necessidade. Ele desmamou sozinho com mais ou menos 3 anos e dois meses, no fevereiro passado.

Mas voltemos ao assunto... Até quando então? "Não vão ficar grudados na teta a vida toda se a gente não põe um limite?" Evidentemente não. Não se conhecem casos até hoje. Têm sociedades nas quais é normal e natural amamentar até os 7 anos, mas rara vez se escutam casos de mais idade. Chega uma hora que, seja a mãe ou a criança, decidem parar pelo motivo que for: porque não sente mais necessidade, porque não se sente confortável, porque simplesmente a coisa vai ficando “no olvido”, etc. Têm tantos motivos como pessoas, mas que chega um dia que a criança não quer mais, chega, se antes não foi a mãe quem quis parar.

Os estudos antropológicos dizem que o desmame fisiológico no ser humano acontece entre os dois anos e meio e os sete anos de idade em tudo o planeta. Por outro lado, os estudos científicos mais rigorosos confirmam que os benefícios do aleitamento materno são maiores quanto mais dura o aleitamento. A mais teta, mais defesas, mais saúde, mais empatia, mais inteligência. E isso aí esta tudo demonstrado.

Vamos para os dados?

Benefícios do aleitamento prolongado

(tradução de MamaÉ do texto extraído do Blog "Para el Bebé": http://www.paraelbebe.net/beneficios-de-la-lactancia-prolongada/)

O termo “aleitamento prolongado” é utilizado quando a criança amamentada é meior dos 12 meses. Em este artículo, a esses meninos os vamos chamar “pequenos lactantes”.

Os pequenos lactantes se beneficiam NUTRICIONALMENTE:

“Ainda muito depois do primeiro ano de vida, o leite materno continua proporcionando quantidades substanciais de nutrientes clave, especialmente proteínas, gorduras, e a maior parte das vitaminas”
-Dewey, 2011.

No segundo ano de vida (12 a 23 meses), 448 ml de leite materno proporcionam:

29% de requerimentos de energia
43% de requerimentos de proteína
36% de requerimentos de cálcio
75% de requerimentos de vitamina A
76% de requerimentos de ácido fólico
94% de requerimentos de vitamina B12
60% de requerimentos de vitamina C
–Dewey, 2001

“O promédio estimado de tomas de leite em um período de 24 horas foi de 584 g para o 97% de crianças que foram amamentadas de 12 a 23 meses de idade, e 312 para o 73% das crianças amamentadas de 24 a 36 meses. Isso representa um promédio diário de ingestão de 41% e 23% da ingestão diária recomendada de vitamina A, respectivamente”.
-Persson, 1998.

A pesar do fato de ter poucas pesquisas com crianças que são amamentadas depois dos dois anos de idade, a informação disponível indica que o leite materno continua sendo uma fonte valiosa de nutrição e proteção contra doenças durante todo o período do aleitamento. É comum que seja recomendado o desmame em crianças pequenas que já comem alguns sólidos. Porém, esta recomendação não esta sustentada em pesquisa nenhuma. “De acordo com Sally Kneidel, em “Nursing Beyond One Year” (New Beginnings, Vol. 6 No. 4, July-August 1990, pp. 99-103.): Alguns médicos podem sentir que o aleitamento materno vai interferir com o apetite de outras comidas. Porém, não há documentação que indique que os alimentos suplementares sejam rejeitados com maior freqüência pelas crianças amamentadas, que pelas que já foram desmamadas. De fato, grande parte dos investigadores em países do Terceiro Mundo, onde o apetite de uma criança desnutrida pode ser de importância crítica, recomenda o aleitamento prolongado inclusive para os casos mais severos de desnutrição. (Briend et al, 1988; Rhode, 1988; Shattock and Stephens, 1975; Whitehead, 1985). A maioria sugerem ajudar a criança amamentada, não com o desmame, senão suplementando a dieta da mãe para melhorar a qualidade nutricional do seu leite (Ahn and MacLean, 1980; Jelliffe and Jelliffe, 1978), e oferecendo à criança comidas mais variadas e agradáveis ao paladar para melhorar o seu apetite (Rohde, 1988; Tangermann, 1988; Underwood, 1985).

Os pequenos lactantes ADOECEM MENOS:“Anticorpos são abundantes no leite humano durante todo o aleitamento” (Nutrition During Lactation 1991; p. 134). De fato, alguns dos fatores imunológicos do leite materno aumentam em concentração durante o segundo ano, e também durante o preocesso de desmame (Goldman 1983, Goldman & Goldblum 1983, Institute of Medicine 1991).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (www.who.int/inf-fs/en/fact178.html) “um aumento moderado nas taxas de aleitamento poderiam prevenir até um 10% das mortes de crianças menores de 5 anos: Amamentar tem um papel essencial, e às vezes subestimado, no tratamento e prevenção de doenças infantis”.

Tem se demonstrado que as crianças que ainda são amamentadas entre as idades de 16 e 30 meses têm menos doenças e de mais curta duração que as que não são amamentadas (Gulick 1986).

A Academia Americana de Médicos de Família indica que as crianças desmamadas antes dos dois anos têm maior risco de adoecer. (AAFP 2001).

Os pequenos lactantes têm MENOS ALERGIAS:

Muitos estudos demonstram que uma das melhoras formas de prevenir alergias e asma é amamentar de forma exclusiva durante, pelo menos, seis meses e continuar amamentando em longo prazo. O leite materno pode ajudar a prevenir alergias ao reduzir a exposição a possíveis alergénicos (quanto mais tarde seja exposto o bebê a eles, menos provável é que apresente uma reação alérgica), acelerar o amadurecimento da barreira intestinal protetora do bebê, recobrir o intestino e proporcionar propriedades antiinflamatórias que reduzem o risco de infecções (as quais podem agir como disparadoras de alergias).

Os pequenos lactantes são INTELIGENTES:

Extensas investigações sobre a relação entre o aleitamento materno e os logros cognoscitivos (nível de coeficiente intelectual, qualificações escolares), demonstram as maiores ganâncias em crianças que foram amamentados por mais tempo.

Os pequenos lactantes são SOCIALMENTE BEM ADAPTADOS: De acordo com Sally Kneidel en “Nursing Beyond One Year” (New Beginnings, Vol. 6 No. 4, July-August 1990, pp. 99-103):
Dados de investigações sobre os aspectos psicológicos do aleitamento são muito escassos. Um estudo que tratava especificamente sobre bebês amamentados durante mais de um ano mostrou um vínculo significativo entre a duração do aleitamento e as “qualificações” dadas pelas mães e professores das crianças de seis a oito anos de idade (Ferguson et al, 1987). Em palavras dos investigadores “Há tendências estatisticamente significativas que demonstram a diminuição nas pontuações de desordenes de conduta quando a duração do aleitamento se prolonga.” A amamentar durante e depois da infância ajuda aos bebês e crianças pequenas a fazer uma transição gradual para a infância plena. O aleitamento materno é uma maneira cálida e amorosa de cobrir as necessidades das crianças pequenas. Ajuda-lhes a acalmar frustrações, batidas, feridas e o stress diário da infância temprana.

O fato de cobrir as necessidades de dependência de uma criança, de acordo com o seu horário pessoal e único, é clave para ajudar essa criança alcançar a sua independência. As crianças que logram independência ao seu próprio ritmo são mais seguras em essa independência que as crianças que foram forçadas a se independizarem prematuramente.

Os pequenos lactantes são NORMAIS: A Academia Americana de Pediatria recomenda que as crianças sejam amamentadas pelo menos durante 12 meses, e depois disso, durante todo o tempo que tanto mãe quanto o filho desejem fazê-lo (AAP 1997).

A Academia Americana de Médicos de Família recomenda que o aleitamento materno continue durante todo o primeiro ano de vida e que “amamentar depois do primeiro ano oferece benefícios consideráveis tanto para a mãe quanto para a criança, e deve continuar assim até que ambos desejem”. Também fazem notar que “se a criança é menor de dois anos, esta exposta a um maior risco de contrair doenças si é desmamado” (AAFP 2001).

Um secretário da saúde dos EUA declarou que “é um bebê afortunado o que continua mamando até os dois anos” (Novello 1990).

A Organização Mundial da Saúde põe ênfase na importância de amamentar até os dois anos de vida e mais (WHO 1992, WHO 2002).

Pesquisas científicas feitas por um professor de Texas A&M, mostram que os nossos filhos estão criados para serem amamentados entre 2,5 e 7 anos de idade (Dettwyler 1995).

As MÃES que amamentam os seus filhos de forma prolongada também obtêm benefícios: -Em muitas mulheres o aleitamento prolongado retrasa a volta da fertilidade suprimindo a ovulação.

-Amamentar reduz o risco de câncer de ovários.

-Amamentar reduz o risco de câncer uterino.

-Amamentar reduz o risco de câncer do endométrio.

-Amamentar protege contra a osteoporose. Durante o aleitamento, a mãe pode experimentar reduções de mineral ósseo. A densidade de mineral ósseo de uma mãe que amamenta pode ser reduzida em todo o corpo em um 1 ou 2% enquanto dura o aleitamento. Esta perda volta aos seus níveis originais, e ainda pode aumentar, quando o bebê é desmamado. Isso não depende de suplementos adicionais de cálcio na dieta da mãe.

-Amamentar reduz o risco de câncer de mama. Vários estudos tem encontrado uma associação inversa significativa entre a duração do aleitamento e o risco de câncer.

-É perfeitamente comprovado que amamentar diminui os requerimentos de insulina em mulheres diabéticas.

-As mulheres que amamentam perdem peso mais rapidamente.

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Por tanto, amigas, não permitam que ninguém pressione vocês para desmamar os seus filhos, tenham eles dias, semanas, meses ou anos. Façam o que vocês e os seus filhos queiram: sejam livres. Não deveríamos pedir permissão para amamentar os nossos filhos, do mesmo jeito que não o pedimos para abraçá-los ou fazer cócegas em eles.

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Coloco aqui um anexo que acabei de receber e vêm muito ao caso, tomara que vocês gostem:


CARLOS GONZÁLEZ (pediatra e escritor):

»O leite materno alimenta mais do que o leite de vaca. Seja qual for a idade da criança.
Realmente, começa ser ... cansativo escutar o tempo todo esse ridículos comentários, que "já não alimenta". De nenhum outro alimento ninguém diz semelhante estupidez, ninguém diz "já não alimenta a banana, já não alimenta a cenoura".
Se eles o dizem pela composição, é uma besteira. O leite materno, esta comprovado, tem cada vez mais calorías a medida que passam os anos. "Ele não vira água", melhor dito... "vira manteiga".
E se eles o dizem pela quantidade, é uma besteira ainda maior. É claro que 50 ml de leite materno alimentam menos que 700 ml de leite materno, obvio. E 50 gr de frango alimentam menos que um frango inteiro. E comer grão de bico uma vez cada quinze dias alimenta menos que comê-los cada dia. Mas ninguém seria tão besta como para dizer "para comer grão de bico cada quinze dias, melhor não comê-los nunca, porque no final das contas, já não alimentam".


Elena de Regoyos
(19) 9391 4134

MamaÉ Slings apresenta o novo canguru Boba 3G. Já podem pedir o seu!

O canguru ergonômico Boba Baby Carrier apresenta sua nova versão BOBA 3G (terceira geração) que a melhora mais ainda!



A nova Boba 3G adiciona à Boba que vocês já conheciam as seguintes características:

-Adaptação para poder ser usada com recém nascidos (a Boba anterior só podia ser utilizada com bebês a partir dos 4-6 meses)

-Melhoras no design dos estribos para os pés

-Bolsos para guardar pequenos acessórios

-Melhoras no design do capuz para a cabeça

-Cinto com melhor suporte

-Alças dos ombros mais longas (para uma melhor adaptação a usuários de maior tamanho)

-Melhora no design na faixa do peito
-Área de ajuste na faixa do peito mais longa (para melhor adaptação aos usuários maiores)

-E o melhor de tudo… novos designs!

Os novos modelos Boba 3G estarão disponíveis por R$ 250 em MamaÉ Slings (a través do telefone ou email de contato que aparecem no site) a partir da metade de outubro, mas vocês já podem ir fazendo as suas reservas se assim preferem, para garantir a escolha do modelo. Podem ver os modelos que estarão disponíveis no apartado de "Slings e Cangurus" do blog, ou clickando aqui.

Informamos, também, que também estão disponíveis duas Boba 2G nas cores cinza escuro-cinza claro e cinza-verde, mantendo-se em elas o preço anterior (R$ 238).

Para qualquer dúvida, entrem em contato comigo!

Mais informações:

-Veja como adaptar a nova Boba 3G aos recém nascidos, e outros vídeos com as novidades que incorpora!




-Comprou... e agora quê? Cuidados e dicas básicas para usar corretamente um wrap elástico

Elena de Regoyos
(19) 9391 4134

domingo, 11 de septiembre de 2011

“Doula de puerpêrio”, o apoio fundamental das mães no século XXI



Após o parto... Acabou todo? Muitas mulheres grávidas costumam se preparar muito para o parto. Lêem, perguntam, se informam e contratam uma doula que, sem duvida alguma, as ajudará a se fortalecer no caminho que elas mesmas quiserem escolher para esse grande dia, o dia do parto, o dia em que elas virão a ser mães.

Mas e depois? Com o parto realmente acabou tudo? Eu acho que, realmente, após o parto começa tudo. Começa o ser mãe, esse papel na nossa vida para o qual nos preparamos desde crianças às vezes, e mais intensamente durante a gravidez, é claro, sendo já, de alguma forma, mães.

Começa a desestruturação emocional da qual tanto fala a psicóloga argentina Laura Gutman. Começa o amor infinito de mãe, que às vezes nem conseguimos gestionar, começam as inseguranças, os medos, e também as alegrias intensas, e o cansaço extremo, as sombras que afloram...

Eu sou doula de puerpêrio, materno às mães, escuto-as e as ajudo no que elas precisarem relacionado a este novo papel que estão estreando. Apoio as suas decisões e as ajudo a amamentar se é o seu desejo.

Acolho as suas emoções, sejam estas positivas ou negativas, porque todas fazem parte do seu “ser mãe” e todas são importantes para ela mesma se aceitar em este novo papel, que não é só “branco” nem “preto”.

Mãe é humana, é maravilhosa, é mulher, é imperfeita, é amorosa, é sozinha, é deusa que dá vida. Como tal merece meu carinho, minha admiração e meu respeito. E por isso quero acompanhá-la! Me liguem, me escrevam, contem comigo.

Sou doula de puerpêrio, obrigada a todas por me permitirem sê-lo!!

As doulas no puerpêrio, por Laura Gutman

Eu decidi desenvolver a profissão institucional de "doula" para ajudar as mulheres durante o período do puerpêrio ou pós-parto (do meu ponto de vista, os dois primeiros anos após o nascimento do bebê), em casa.

Estou tentando integrar ao inconsciente coletivo feminino a necessidade de contar com um apoio maternante exclusivo para o primeiro período após o aparecimento da criança. Para fazer isso, organizei uma "Equipe de Doulas", todas elas profissionais graduados na “Escuela de Capacitación de Crianza” (“Escola de Capacitação para a Criação”) que realizam visitas domiciliares, atendendo às mães puerperais em todas as questões relativas à desestruturação emocional acontecida após o parto.

Que coisas têm que acontecer para que uma mulher se decida a pedir uma "doula" em casa?
-Coisas bastante comuns: por exemplo, ser o segundo dia na clínica depois do nascimento do bebê.
-Ou quando volta para casa após o parto.
-Quando quatro dias depois, o marido retorna ao seu trabalho.
-Se se sente indefesa ou assustada por nada em particular.
-Se o bebê chora muito e não pode acalmar.
-Se tiver qualquer problema com os seios.
-Se quiser chorar.
-Se sentir desconectada e irritada com o bebê.
-Se se sente sozinha.
-Se não sabe para quem perguntar.
-Se se angustia.
-Se não acha recursos para se sentar e brincar com seus filhos mais velhos.
-Se se culpa por não estar indo bem.
-Se estiver sobrecarregada.
-Obviamente, se têm gêmeos ou trigêmeos (mesmo se tiver uma enfermeira ou babá).
-Se o dia é muito longo para ficar sozinha.
-Se não tem quem de crédito às suas percepções.
-Se os filhos mais velhos a reclamam desproporcionalmente enquanto cuida do bebê.
-Se as noites são um inferno.
-Se é diagnosticada de depressão pós-parto.
-Se as pessoas que a amam o que recomendam é voltar para o trabalho rapidamente para "ficar bem".
-Se o marido chega cada vez mais tarde em casa.
-Se está, simplesmente, deprimida.

Agora bem, desde que o mundo começou, as mulheres têm filhos nascidos e criados sem "doulas" e quase todos sobreviveram. Há mulheres tão ineptas que, sem "doulas", não são capazes de fazer as coisas direito? Por que seriam merecedoras de tal luxo?

Nos albores do século XXI, as mulheres de sucesso ou apenas inteligentes adreditamos ter recursos suficientes para cuidar de um bebê. Quanto mais vivemos no mundo "yang", mais deserto se encontra o mundo "yin". Portanto, uma "doula" em casa não é um luxo, é uma prioridade que todas as mulheres merecem, já que uma criança pequena depende do equilíbrio emocional de sua mãe. Ao longo da história, as mulheres têm construído estruturas para nos garantir um apoio suficiente na hora da maternidade. Entrar com conforto no mundo externo não nos facilita a fusão nem a compreensão dos mundos sutis. Na verdade, estamos mais órfãos do que nossos avôs, em muitos casos. Se bem cada mulher reage de forma diferente durante o puerpêrio, uma mulher bem apoiada esta em melhores condições de segurar seu bebê.

A "doula" interpreta a experiência interior de cada mãe, acolhendo todas as mudanças invisíveis e traduzindo para a linguagem comum a experiência do puerpêrio. Ela não está para ajudar com o bebê, nem para oferecer bons conselhos, mas para acompanhar o mergulho no universo "yin".

Desde já mesmo, eu também espero que o trabalho de "doula" entre no inconsciente coletivo feminino. Que as mulheres "saibam" depois de dar à luz que naturalmente merecem chamar e solicitar uma "doula" em casa, para que abra as portas dos Mistérios da Maternidade e desperte em nós a intuição ancestral, a sabedoria e a alegria da transformação.

A "doula", portanto, representa o arquétipo da "Grande Mãe". Sua principal função é a de maternar à mãe para que, então, ela possa maternar o seu filho. Eu acho que as "doulas" como instituição podem se tornar um apoio fundamental para as mulheres no século XXI.

Extraído de “PUERPERIOS Y OTRAS EXPLORACIONES DEL ALMA FEMENINA”, pg. 113, Capítulo 5 – “Las doulas”.

Elena de Regoyos
(19) 9391 4134