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martes, 12 de abril de 2011

Slings… nova moda ou beneficios reáis?

“Comportarmo-nos em contra da nossa natureza como espécies conduz inevitavelmente à perda de bem-estar”. Essa frase, aparentemente tão simples, da antropóloga americana Jean Liedloff, nos leva à seguinte pergunta: Por que quando um bebê chora duvidamos entre pegá-lo no colo, como nosso instinto nos indica, ou deixá-lo mais um pouco deitado no berço, para ele não se ‘mal-acostumar’ e pedir colo sempre que quiser? No final das contas não vai morrer nem vai acontecer nada com ele.


O ser humano é uma espécie que nasce imatura. À gestação de nove meses dentro da mãe biológica, segue outra extra-uterina de, pelo menos, mais outros nove meses, até ele aprender a se locomover por seus próprios meios, seja engatinhando ou já caminhando. Durante esse período a criança começa desenvolver o neo-cortex dela (que é a estrutura cerebral que vai permitir o desenvolvimento de funções intelectuais). Durante esse período, o bebê é puramente emocional, instintivo, sensorial. Para ele, não existem pensamentos raciones que lhe esclareçam o “por que estou sozinho” ou “agora é hora de dormir, por isso me deitaram no berço, mamãe esta no quarto ao lado”. Ele, simplesmente, sente o seguinte: “cadê minha mãe? Não a sinto perto, não sinto o seu cheiro, não posso tocá-la, nem vê-la, então estou em risco”.

Para nós, que usamos o intelecto, isso é um exagero. Para um bebê é, nem mais nem menos, a sua realidade. Assim é como ele se sente, e por isso chora apavorado, por isso nos reclama perto, em contato permanente. Como a própria Liedloff indica, os maiores especialistas em cuidados infantis são os bebês “programados durante milhões de anos de evolução para se comunicar mediante sons e ações quando o cuidado não é o adequado”, seguidos das suas mães, programadas para responder a esse chamado do filho. Se não escutamos nosso instinto, se não respondemos como ele precisa, esse mecanismo tão perfeito de interação mãe-filho, que fez com que a espécie humana sobrevivesse e chegasse onde ela está hoje, falha, e alguma coisa no desenvolvimento dessa criança deixa de funcionar como deveria, para sempre.


Compreendido este conceito, que é a base de tudo na hora de carregar nossos filhos no colo, vamos as dicas práticas. Por que e como carregar nosso filho? E porque fazê-lo em um sling?


 1- O contato físico permanente (dia e noite) faz com que a criança se sinta segura, protegida, cuidada e amada, favorecendo a confiança em ela mesma e, por tanto, a sua própria auto-estima.

2-  O fato de ela participar, no colo da mãe (pai ou qualquer outra pessoa que esteja cuidando da criança), da vida diária deles, proporciona os estímulos necessários que ela precisa. O bebê vê, cheira, ouve e participa do mundo desde o nível de visão da mãe mãe, e não deitado em um carrinho ou berço, olhando para o teto e vendo, ouvindo, cheirando e participando da vida “desde abaixo”, sem refúgio. O bebê carregado participa de perto da conversa da mãe com a mulher do caixa, vê a mercadoria da frutaria junto com a mãe, sente os interesses dela enquanto está em contato com o calor da sua pele, o batimento do seu coração e o balanceio do seu movimento. Além disso, se acontece um excesso de estímulo, conta com o refugio do colo para se acalmar ou descansar (e dormir) sempre que quiser, o que proporciona, de novo, a segurança que precisa.


3- 3-  Ele pode ser amamentado sempre que precisar ou quiser, como a OMS, a Sociedade Brasileira de Pediatria ou Unicef indicam, a través de um aleitamento materno sob livre demanda.

4-  Favorece o estabelecimento do vínculo mãe-filho, devido ao contato permanente entre eles e o melhor e rápido reconhecimento dos sinais que ele envia à mãe.


5-  Carregar o bebê em uma posição correta (não com os cangurus tradicionais, senão com slings ou cangurus ergonômicos adequados) favorece o desenvolvimento do seu quadril e as suas costas, sendo especialmente indicado em crianças com displasia de quadril.



6-  Tanto os estudos sobre diferentes sociedades que carregam os bebês em slings, assim como os estudos sobre o “método canguru” com bebês nascidos prematuros mantidos em contato permanente pele a pele com a mãe ou pai, constatam que estes se mostram mais contentes e choram menos, dormem mais e melhor, não sofrem cólicas, ganham peso com maior rapidez (o aleitamento materno é instaurado com sucesso), mantém constantes a temperatura corporal, o ritmo respiratório, os batimentos cardíacos e a diminui a mortalidade de prematuros de um 70% a um 30%.


7-  A mãe ou pai pode fazer outras tarefas como cozinhar, comer ou cuidar de outro filho, enquanto carrega o bebê, graças ao fato do sling manter as suas mãos livres, outorgando à ela uma maior qualidade de vida e conforto.

8-  Ao carregar-se o bebê em um sling na posição adequada, as suas costas não se ressentem, e sim se fortalecem acompanhando o aumento de peso da criança, já que a carga esta homogeneamente distribuída, não sobrecarregando as costas como acontece com slings não ergonômicos (os cangurus do mercado tradicional) ou carregando diretamente no colo.

Nao vale tudo nem de qualquer jeito, a posiçao é importante!!

Somos carregadores primatas, o nosso corpo está anatomicamente concebido para carregar nossas crias, e elas respondem colocando-se na posição adequada quando as pegamos no colo. Quanto menores são, mais instintivamente respondem para ser pegos na posição adequada:

-Com as pernas abertas em 90º,

-Os joelhos em um nível um pouco mais alto que as nádegas,

-As canelas penduradas livremente e

-As costas levemente curvadas.


Não é possível manter essa posição fisiológica com o bebê “olhando para frente” no sling.



Além de ser contra-indiciado para as suas costas, a posição impede que possa se dormir no sling e não proporciona o refúgio necessário do corpo do adulto perante uma sobre-estimulação ou um susto. Com um sling adequado você pode carregar seu filho desde o mesmo dia em que nasce até os 4-5 anos ou mais.



Mais informações:



-Comprou... e agora quê? Cuidados e dicas básicas para usar corretamente um wrap elástico



Elena de Regoyos
(19) 9391 4134

1 comentario:

  1. Olá! Gostei muito do post. Sou a favor do uso do sling graças aos seus benefícios para mãe e bebê. Tenho um e me arrependi de não ter comprado outro logo.
    Tnho um blog qual relato num post minha experiência com o sling.
    Faça uma visita e sinta-se a vontade para seguir, comentar, sugerir.
    silvinhaborges.blogspot.com


    Abraços

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