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domingo, 26 de junio de 2011

O que é “Criação com Apego” ou “Attachment Parenting”



 O "attachment parenting" (criação com apego), é uma expressão cunhada pelo pediatra americano William Sears, uma filosofia baseada nos princípios da teoria do apego em psicologia do desenvolvimento. De acordo com a teoria do apego, uma forte ligação emocional com os pais durante a infância, também conhecida como apego seguro, é um precursor de relacionamentos seguros e empáticos na idade adulta.

A Teoria do Apego, originalmente proposto por John Bowlby, afirma que a criança tem uma tendência a buscar proximidade com uma pessoa e se sentir segura quando essa pessoa está presente. Em comparação, Sigmund Freud propôs que o apego era uma conseqüência da necessidade de satisfazer desejos ocultos. Na Teoria do Apego, o apego é considerado um sistema biológico e as crianças são naturalmente ligadas aos seus pais porque eles são seres sociais, não apenas porque eles precisam de outras pessoas para satisfazer seus desejos. O apego é uma parte normal e saudável do desenvolvimento infantil.

A psicóloga do desenvolvimento Mary Ainsworth criou um procedimento chamado Strange Situation (A Situação Estranha), para observar relações de apego entre mãe e filho humanos. Por 20 minutos, observou interrupções geradas no vinculo mãe / filho, e comprovou que isso afetou a exploração e o comportamento da criança ao respeito da mãe.

De acordo com Attachment Parenting International (API) há 8 princípios que propiciam o apego saudável (seguro) entre pais / tutores e a criança. Eles se apresentam como práticas para “ser pais” que podem levar a um "vínculo firme", a uma "receptividade coerente e sensível" e uma "disponibilidade física e emocional", que para a pesquisa são fatores-chave em um vínculo seguro.

Oito princípios da Criação com Apego:

O Attachment Parenting International (API), partidária da Criação com Apego do Dr. Sears, tenta promover um vínculo seguro com os filhos através de oito princípios que são identificados como metas a serem cumpridas pelos pais. Estes oito princípios são:

1- Preparação para a gravidez, o nascimento e a mater-paternagem.
2- Alimentação com amor e respeito.
3- Responder sempre com sensibilidade.
4- Praticar a Criaçao baseada no Apego.
5- Incluir esa criação também durante as noites.
6- Fornecer carinho constante.
7- Praticar a disciplina positiva.
8- Esforçar-se para o equilíbrio na vida pessoal e familiar.

Esses valores são interpretados de várias formas ao longo do movimento. Alguns pais relacionados com a Criação com Apego também optam por viver uma vida familiar natural, como o parto natural, nascimento domiciliar, criação em casa, homeschooling, movimento anti-circuncisão, ligar para a liberdade de vacinação, saúde natural, movimentos cooperativos e consumo de alimentos orgânicos, etc.

No entanto, Dr. Sears não requer que os pais sigam estritamente umas regras definidas, mas encoraja os pais a serem criativos na resposta às necessidades dos seus filhos. A Criação com Apego, fora do modelo do Dr. Sears, centra-se nas respostas que respaldam vínculos seguros.

Disciplina:

A Criação com Apego procura entender as necessidades biológicas e psicológicas das crianças e evitar expectativas não realistas sobre o comportamento da criança. Ao estabelecer limites que sejam apropriados para a idade da criança, a Criação com Apego leva em conta todas as etapas físicas e psicológicas do desenvolvimento que a criança está experimentando. Desta forma, os pais podem tentar evitar a frustração que ocorre quando eles esperam coisas que as crianças não podem fazer ainda.


A Criação com Apego afirma que é vital para a sobrevivência que a criança seja capaz de comunicar suas necessidades aos adultos e que estas sejam tratadas sem demora. O Dr. Sears adverte que enquanto a criança é pequena, é mentalmente incapaz de qualquer manipulação. Sears diz que durante o primeiro ano de vida, as necessidades e desejos de uma criança são uma mesma coisa.



O Dr. Sears e outros defensores do Attachment Parenting pensam que as necessidades não satisfeitas aparecem imediatamente tentando satisfazer o que não foi satisfeito no seu devido momento. A Criação com Apego observa o desenvolvimento, assim como a biologia da criança, para determinar as respostas psicológica e biologicamente apropriadas para cada fase dela.

Criação com Apego não significa resolver uma necessidade que a criança possa resolver por ela mesma. Significa entender quais são as necessidades, quando ocorrem, como elas mudam ao longo do tempo e das circunstâncias, e ser flexível para encontrar formas de responder apropriadamente.

Práticas similares são chamados de “criação natural”, “criação instintiva”, “criação de inmersão” ou criação no "conceito de continuum", proposto pela autora Jean Liedloff no seu livro publicado.

E você?

O que vocês opinam? Praticam a Criação com Apego? O quê tem observado nos seus filhos com esta prática ao longo dos meses ou anos?

Elena de Regoyos
(19) 9391 4134

2 comentarios:

  1. Acho que a minha grande dificuldade para isso é saber qual a capacidade de satisfazer a própria necessidade que minha filha tem ou não.
    Muitas vezes cobro dela uma coisa que ela ainda não pode me dar e acabo criando aquela frustração que você mencionou. Ou outras vezes acabo me surpreendendo com algo que ela já consegue fazer e eu não imaginava.
    Provavelmente tentar criar os filhos dessa forma seja um exercício interessante de sensibilidade e entendimento dos próprios instintos, coisas que nunca funcionaram muito bem comigo.

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  2. Pois é, é um exercício diário que nunca chegamos dominar... mas eu acho que esse esforço constante por intentar compreender quais são essas necesidades deles já faz muito.

    Aos poucos vamos vendo quanto eles (nossos filhos) nos ensinam, simplesmente observando-os, nos deixando guiar por eles, e não tentando controlá-los segundo o que nós achamos que "deveriam estar fazendo".

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