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martes, 5 de julio de 2011

Por quê nos contos infantis os bebês não mamam no peito?


Meus filhos mamaram no meu peito, um deles nasceu em casa, eu dormia e durmo às vezes com eles na cama, nunca os obriguei a “terminar toda a comida do prato” nem forcei a retirada da fralda, esperando um controle dos esfíncteres natural deles, e não forçado por uma data pré-marcada socialmente. Mas nada disso aparecia refletido nos continhos que eu encontrava nas livrarias infantis. Só crianças na mamadeira que nasciam graças à intervenção de um médico e que tinham que aprender dormir sozinhas e blábláblá, a mesma estória de sempre...

Por este motivo me decidi a escrever dois contos infantis nos quais aparecessem refletidos os nossos jeitos, nossas formas de fazer as coisas. Contos nos quais as crianças talvez dormissem com os pais, mamassem no peito da mãe e aprendessem que um parto é uma coisa natural, e não uma questão médica.

Normalizando outra forma de fazer as coisas

Não pretendo dizer qual é a única forma válida de fazer as coisas, pretendo aportar diversidade, quebrar tabus e mostrar que têm outras formas de criar... Porque às vezes tenho a impressão de que, quem fazemos este tipo de coisas (parto em casa, aleitamento prolongado, co-leito, etc), temos que permanecer na sombra por medo às críticas ou juízos sociais. Acredito que dormir na cama dos pais não é a única forma “correta” de uma criança dormir, assim como com o resto dos temas. Todas as formas são as corretas sempre que sejam feitas dentro do respeito às crianças e a nós mesmos.

Mas creio, sim, que temos um árduo trabalho de normalização de segundo que costumes, que não faz tantos anos eram as comuns e habituais, e que em questão de menos de um século, ficaram demonizadas socialmente... O motivo? Porque acostumarmos as crianças a não atrapalharem os nossos ritmos de adultos da sociedade capitalista atual resulta muito mais prático para não interferir os níveis de produção empresarial. Isso não somos nós quem o instituímos, claro, nos vemos já imersos na roda, convenientemente “ilustrados” com argumentos culpabilizadores no caso de querer fazer as coisas da forma em que o nosso instinto nos peça:

- “Não durma com ele que pode interferir na futura sexualidade do seu filho” (isso falaram para mim, sim).

-“Se continua amamentando ele, nunca vai conseguir que seja independente” (as psicólogas de escolinha têm uma debilidade imensa por este tipo de comentários).

-“Ainda com fralda? Não quer comer fruta? Só quer colo? Ele esta te manipulando!!” (já sabem, essa obsessão pelas crianças-tiranas-manipuladoras).

Os contos de MamaÉ

Bom, para quem esteja interessada em mostrar para os seus filhos outras realidades, talvez a sua própria... Ponho a sua disposição estes dois contos maravilhosos com ilustrações de duas artistas. Tomara que vocês e os seus filhos gostem!



Como entrou a irmãzinha na barriga?

Elena de Regoyos / Daniela Magnabosco

Como entrou a irmãzinha na sua barriga, mamãe? Quando ela vai sair? E como? Poderá tomar teta, como eu tomo? Onde ela vai dormir?

Todo um mundo de questionamentos perante a cada vez maior barriga da mamãe e o que isso significa.


Eu também sou um mamífero

Elena de Regoyos / Ana Grasset
Com um olhar só ao mundo animal, observamos que eles gestam, parem, amamentam, protegem e, inclusive, carregam as suas crias naturalmente. É o que o seu instinto indica para eles, e assim eles o fazem.

Nós, humanos, temos a oportunidade de exercer de mamíferos com as nossas crias. É o que somos. É do que eles precisam. Façamo-lo!!

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